Água vem!

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Ao jantar, Noé dizia sempre à mulher:
"Não me importa para onde vai a água,
desde que não vá para o meu vinho."

G.K. Chesterton

Não há, de facto, muitas razões para termos confiança na espécie humana quando, logo nas primeiras páginas da Bíblia, uma das personagens principais do enredo, depois de ter salvo a vida na Terra, apanha uma valente borracheira, entra na tenda da família e despe-se todo à frente dos filhos. O bêbado exibicionista, com mais do que idade para ter juízo (mais de 600 anos, e chegaria às 950 primaveras, números redondos), foi Noé, ou Noach, e o lamentável episódio, que surge logo ali em Génesis 9:20, ainda hoje intriga os teólogos, que têm dado voltas à cabeça para discernir o seu propósito, o qual, ao cabo e ao resto, é um e só um: com divina presciência, vem o Velho Testamento dizer-nos que esta mania que os bêbados têm de se despir em público não é tara de agora, mas hábito antigo como o mundo, e que o problema não está aí, mas na ressaca do day after - Noé acordou na manhã seguinte com uma indisposição dos diabos, a cabeça pesadíssima, e virou-se contra um dos filhos, o infortunado Canaã, e condenou-o, e aos seus descendentes, à eterna servidão. Daí nasceu uma coisa boa, um deslumbrante óleo de Giovanni Bellini, A embriaguez de Noé, pintado circa 1515, hoje no Museu de Belas-Artes de Besançon, mas uma outra coisa péssima, a escravatura dos cananeus e, mais tarde, de muitos outros povos.

A surpresa, porém, não termina aqui: muitos milénios depois, e justamente por causa de Noé, um outro homem iria despir-se em público, fazendo tristes figuras, com a agravante de, desta feita, se encontrar sóbrio. Chamava-se George Smith e era um antigo gravador das placas das notas de banco, que na juventude passava horas a fio a contemplar as vitrinas onde está exposta a fabulosa colecção de tábuas assírias do British Museum - mais de 130 mil peças! Alguém do museu reparou na curiosidade do moço, contrataram-no como tarefeiro, e Smith revelaria uma capacidade absolutamente ímpar, genial, para identificar os fragmentos em falta nas tábuas antiquíssimas, para compor os puzzles com os pedaços dispersos e, sobretudo, para ler e interpretar a intrincada escrita cuneiforme. Ao fim de uma década de árduo labor, tornou-se um dos maiores assiriologistas de todos os tempos e, um dia, julgou ter descoberto uma tábua que falava do dilúvio universal, muito antes da Bíblia e do episódio de Noé. Sucedia, porém, que um trecho dessa tábua, essencial para a sua compreensão, achava-se coberto por uma fina camada de argila, uma lama milenar, delicadíssima, e só outro funcionário do British Museu tinha engenho, arte e autorização superior para restaurar as tábuas mesopotâmicas. Ora, o dito funcionário encontrava-se em gozo de merecidas férias, longe de Londres. Passou uma semana, depois outra, a seguir mais uma, e Smith, um homem já de si nevrótico, ficou uma pilha de nervos, pois o poltrão do colega não havia meio de retornar ao serviço. Semanas depois, o homem lá apareceu, levou a tábua consigo para o seu gabinete, limpou-a com mil cuidados, e devolveu-a a George Smith, que, quando finalmente a pôde ver na íntegra, confirmando a sua tese, exclamou "sou o primeiro homem a ler estas palavras ao fim de dois mil anos de oblívio!". Logo a seguir, ficou tão exaltado e excitado que, vá-se lá saber porquê (fala-se numa resposta epiléptica a um grande choque emocional), tirou a roupa toda e pôs-se a percorrer em pelo, dando saltinhos, os vetustos corredores do Museu Britânico, tal qual Noé havia feito logo nas primeiras páginas do Velho Testamento. Tempos depois, mais recomposto, daria uma douta conferência na Sociedade de Arqueologia Bíblica de Londres, onde anunciou ao mundo a sua sensacional descoberta, a história do dilúvio universal narrada muitos anos antes de Noé (fala-se muito em Darwin, mas geralmente subestima-se o contributo da arqueologia para desfazer o mito criacionista). À palestra compareceram o arcebispo de Cantuária e o primeiro-ministro William Gladstone, o que dá bem a noção da importância tremenda, a um tempo histórica e teológica, da descoberta de George Smith (e, em nós, fica a pergunta cruciante: quando é que, nos nossos dias, supostamente mais "avançados", algum primeiro-ministro iria assistir a uma conferência sobre uma tábua da Mesopotâmia?).

O episódio é contado num livro espesso e bem denso, The Ark Before Noah. Decoding the story of the flood (Hodder & Stoughton, 2014), da autoria de Irving Finkel, um legítimo sucessor de Smith (até na aparência física: vejam-lhe a carinha na Net), e curador da preciosa colecção de tábuas do Museu Britânico. Finkel começa por esclarecer que o que Smith descobriu não foi um trecho do Épico de Gilgameš (o grande poema mesopotâmico compilado no século VII a.C. por Assurbanípal, uma das primeiras obras da literatura universal), mas um texto mitológico sumério ainda mais antigo, a Epopeia de Atracasis, cuja primeira cópia conhecida data de 1600 a.C. Quer no Épico de Gilgameš, quer na Epopeia de Atracasis, quer no Velho Testamento, um deus destrói o mundo, e todos os seres nele viventes, através de um grande dilúvio, mas há uma particularidade curiosa, curiosíssima: na Bíblia e em Gilgameš, o deus castiga os homens por serem maus e corruptos, enquanto na Epopeia de Atracasis flagela-os por serem ruidosos (rigmu), por não suportar mais o barulho da espécie humana, o que, segundo algumas interpretações, era uma metáfora para o problema da sobrepopulação na Mesopotâmia. Ainda assim, e para os que se preocupam com a questão do ruído, para os que aspiram a um pouco mais de sossego e silêncio (Lisboa, um pavor!), aqui fica esta nota: há quase quatro mil anos, um deus destruiu o mundo por causa dos danados decibéis.

Em todas as culturas e lugares existem narrativas lendárias de uma catástrofe primordial, geralmente sob a forma de dilúvio, as quais estão documentadas na Mesopotâmia, no Egipto, na Grécia, Síria, Europa, Índia, Extremo Oriente, Nova Guiné, Américas, Melanésia, Micronésia e Austrália. Situada na confluência entre o Tigre e o Eufrates, e por isso chamada "Mesopotâmia" (em grego, mesos significa "no meio" e potamus significa "rio", daí hipopótamo, o "cavalo do rio"), era natural que nessa região surgissem histórias sobre enchentes prodigiosas, inundações catastróficas, que marcam, antes de tudo o mais, um ponto de ruptura no tempo e na História, doravante dividida entre um antes e um depois do Grande Dilúvio. A descoberta de George Smith fez a ligação entre o episódio bíblico de Noé e essas narrativas mesopotâmicas, que podem ter chegado ao conhecimento dos hebreus seja porque Abraão era natural de Ur, na Caldeia, seja durante os agrestes anos do exílio e cativeiro na Babilónia.

A mim, ignaro destas coisas, o que mais espanta não é tanto o divino, antes o humano. Desde logo, o esforço assombroso que é necessário para saber ler e interpretar línguas tão antigas, mortas há milénios. Conta Irving Finkel que, na sua formação em acádio e sumério, começou por empinar o tratado clássico Manuel d"Épigraphie Akkadienne, de René Labat, que em letra miudinha e a duas colunas reúne todos os signos compilados nos últimos três mil anos; depois, teve de aprender a escrita e, a seguir, aprender a linguagem, a qual, tendo sido falada e escrita durante milénios, teve evoluções, nuances, variantes e cruzamentos. Ou seja, não só é necessário saber ler os caracteres da escrita cuneiforme como, sobretudo, tem de se perceber o que eles queriam dizer - e queriam dizer na sua época, à distância de vários milénios. Só assim será possível saber se o texto em causa é um documento oficial (ex., uma lei, um decreto régio) ou privado (ex., um contrato, uma carta, um testamento), uma obra literária (ex., hinos, epopeias, provérbios) ou intelectual (ex., um tratado de magia ou de astrologia, de medicina, de matemática ou gramática). Os grandes especialistas clássicos, alemães, ingleses e franceses, antes sequer de se aventurarem na leitura da escrita da Babilónia, tinham de possuir profundos conhecimentos de latim, grego, hebraico, árabe, copta, etíope, sírio e aramaico. O esforço hercúleo de uma tarefa destas, quase comparável a uma ida à Lua, desafia a nossa imaginação.

É também prodigioso o labor insano que tem sido feito em redor da história do dilúvio de Noé. Além dos trabalhos de arqueologia, uns visando descobrir mesmo os vestígios da Arca, outros tentando perceber o ambiente em que nasceu esse mito literário, e além do olhar dos pintores, o Dilúvio Universal tem motivado, claro, um esforço ciclópico por parte dos teólogos das três grandes religiões monoteístas, já que na Sura 71 do Corão também surge a história de Noé e das águas e, de resto, de um modo muito mais desenvolvido do que na Bíblia. Ao longo de séculos, houve e há estudiosos que dedicaram as suas vidas a determinar a forma e o tamanho da Arca (137,2 metros, parece), o número dos humanos a bordo (oito: Noé e senhora, os seus três filhos e noras), como é que lá se albergaram tantos animais, e quais, coisas que parecem triviais, mas não são, pois eram, ao cabo e ao resto, produto da palavra divina. Assim, na interpretação de certos rabinos judeus, Noé terá plantado cedros 120 anos antes do dilúvio, e foi com eles que construiu a Arca, a qual teria, para uns, 300 compartimentos, garantindo outros que possuía apenas 60 divisões. Depois, havia o problema de saber como é que Noé e família se orientavam durante a escuridão do dilúvio, asseverando alguns rabinos que levava a bordo umas pedras preciosas cujo brilho assegurou a iluminação do barco. Também se afirmou, com argumentos de peso, que um grupo de anjos cuidou de alimentar e tratar das bestas, puras e impuras, as quais, por comando divino, mantiveram-se sossegadas durante os dias em que durou a cheia (40 dias e 40 noites, para a Bíblia; apenas sete dias, na tradição babilónica), abstendo-se de se reproduzirem a bordo e de se devorarem umas às outras (é que, na verdade, se só existia um par de cada animal não-puro, se um fosse comido acabar-se-ia a espécie).

Ao contrário da Bíblia, o Corão não tem um nome para a Arca, usando apenas o termo vulgar para "barco" (safina) e não especificando como foi construído. Ainda assim, Abd Allah ibn Abbas, um contemporâneo de Maomé, garantiu que o navio tinha a forma da barriga de uma ave e era feito de madeira de teca... No mundo cristão, Justus Lipsius (1547-1606) e o polímato Athanasius Kircher (c. 1601-80) dedicaram-se afincadamente ao estudo dos animais da Arca e Kircher fez, inclusive, um desenho pormenorizado do interior da embarcação, com os bichos arrumados de forma ordeira e tranquila, pois, segundo ele, ao tempo do dilúvio não haveria mais do que umas 50 espécies e todas as outras só surgiram de cruzamentos posteriores (a girafa, por exemplo, só teria aparecido após o dilúvio, fruto do acasalamento entre o camelo e o leopardo...).

Se tudo isto nos parece hoje caricato e risível, importa lembrar que representava um esforço para interpretar uma história divina, ou seja, algo de sagrado e bem sério. E até nos nossos dias, mesmo os que sabem que tudo não passa de um mito e de uma metáfora literária, procuram determinar como seria a Arca e quais os materiais nela usados, pois isso esclarece-nos muito, do ponto de vista histórico e arqueológico, sobre como era a vida na Mesopotâmia. Irving Finkel garante que a Arca seria uma versão gigante dos kuphar ou quffa, as barcas circulares ainda hoje usadas no Tigre e no Eufrates (em Inglaterra existe, inclusive, uma associação dedicada ao seu estudo e preservação: coraclesociety.org.uk) e que o cenário do dilúvio foram os pântanos do sul do Iraque (Ahwar), tidos pelos Jardins do Éden e classificados como Património da Humanidade, outrora ameaçados pela ditadura de Saddam Hussein e, agora, por três anos consecutivos de seca extrema. Há também quem procure os restos da Arca, como foi o caso do astronauta James Irwin, que a ida à Lua converteu ao criacionismo, mas a tarefa é quase impossível pois, ao contrário do que muitos julgam, o Ararat não é um monte isolado, mas uma vasta cordilheira, falando a Bíblia justamente de "montanhas de Ararat" (Gen., 8:4). E, já agora, porquê procurar os restos da arca nas faldas de Ararat e não nas montanhas Zargos, no Irão, como consta das epopeias babilónicas de Atracasis e de Gilgameš?

Nos nossos dias, a história do dilúvio tem sido recuperada no âmbito da "teologia do ecocídio", de que é exemplo o admirável ensaio que Teresa Bartolomei publicou no seu livro Dove abita la luce? Figure in cammino sulla strada della Parola (Vita e Pensiero, 2019), cabendo dizer, caso não saibam, que a autora, de quem tenho o privilégio de ser amigo, vive e ensina em Portugal, é uma das mulheres mais cultas e uma das pensadoras mais profundas deste país, estranho país que prefere escutar as vacuidades dos opinadores televisivos em detrimento de quem, como esta teóloga da Universidade Católica, estuda honestamente e a fundo, e sabe verdadeiramente do que fala. No longo texto que dedica a Noé e ao "ecocídio", Teresa Bartolomei mostra-nos que o Dilúvio não resultou de uma punição desferida por um Deus vingativo, sendo antes o produto da responsabilidade humana e, logo, uma questão moral. Na verdade, Javé não aniquilou por completo a nossa espécie ou a biosfera, coisa que poderia ter feito na sua omnipotência; pelo contrário, quis justamente preservar o Homem, na pessoa de Noé e da sua família, os quais seriam salvos das águas através das águas, como sucederá a Moisés. O Dilúvio ilustra, assim, a responsabilidade ética que temos para com as gerações futuras e para com o planeta e com as demais espécies, cuja destruição é fruto dos excessos nossos, só nossos, não o produto de ira divina ou uma fatalidade da natureza. O dilúvio bíblico, de resto, não é uma narrativa de extinção, mas de renascimento: após a descida das águas e do regresso da pomba com o ramo de oliveira, Deus estabelece um novo pacto de aliança com Noé e os seus descendentes, à luz do qual a humanidade aprendeu, ou deveria ter aprendido, o princípio mais básico e essencial de todos - ninguém se salva sozinho. Desgraçadamente, catastroficamente, esquecemo-nos desta lição e, sobretudo nas últimas décadas, temos sido uns péssimos cuidadores do Jardim do Éden - como nos têm lembrado sucessivos papas, de Paulo VI à Laudato si" de Francisco.

Julgamos erroneamente que o dilúvio, real ou imaginário, ocorreu em tempos imemoriais e que pouco ou nada de comum possuímos com os assírios ou com os hebreus, que Assurbanípal ou Abraão são personagens longínquas e de lenda. Pensemos, porém, no seguinte: se 35 indivíduos se colocarem numa fila, e se cada um tiver uma idade de 75 anos, isso significa 2.625 anos. Apenas cerca de 87 gerações nos separam desta gente, dos reis que governaram os povos, dos escravos que ergueram os palácios. No fundo, é como se eles e nós estivéssemos numa fila para o cinema, na companhia de Cristo, Gengis Khan, do rei D. João II ou de Luís XIV, uns colados atrás dos outros. Por isso, da próxima vez que na Loja do Cidadão receber a senha 35, lembre-se que é Nabucodonosor quem está ao balcão a ser atendido a renovar a carta ou o BI.

Também entre nós e o Dilúvio não há grande distância, bastando ouvir os noticiários que dizem que, nas últimas semanas, um terço do Paquistão foi submerso pelas águas ou que informam que o Rijksmuseum afundou 15 centímetros e que todas as casas do centro histórico de Amesterdão estão em riscos de colapsar (Bloomberg, 3/9/2022). Os custos de salvamento orçam a quantia de 100 mil milhões de euros e o problema afectará muitos edifícios de madeira erguidos sobre as águas: na Alemanha, na Suécia e, claro, em Veneza.

Por isso, e por muito mais, é chegado o tempo de construirmos uma nova Arca e de percebermos que ela é - e tem de ser - o planeta inteiro, todo ele, pois nenhuma nação e nenhum indivíduo isolado, por mais ricos ou poderosos que sejam, poderão salvar-se sozinhos. Não se percebe o que ocorre na cabeça de alguém como Peter Thiel, o desprezível multimilionário que fundou o PayPal e foi um dos primeiros investidores no Facebook, que financia à larga figuras sinistras do Partido Republicano que negam as alterações climáticas, e que deu milhões para Donald Trump, enquanto tenta construir na Nova Zelândia uma mansão para se refugiar do aquecimento global. Pensará ele que, num cenário de catástrofe, como aquele que já está a ocorrer, poderá mesmo salvar-se, isolado de tudo e todos, e viver com qualidade nos confins da Terra? Que passa pela cabeça da família Koch, talvez os maiores ecocidas do mundo, donos de petrolíferas e indústrias químicas, que doam milhões aos negacionistas climáticos? Que se passa com os Republicanos da América?

Não é exagero dizer-se que o actual Partido Republicano, dominado e sufocado por Trump, é hoje a maior ameaça para o Ocidente, para a democracia e para o futuro do planeta. Putin e Xi Jinping serão ditadores nos seus países, se puderem tiram-nos a liberdade e oprimem-nos de morte, mas encontram-se, digamos assim, acantonados nos seus territórios e regimes. São inimigos externos, não internos. Com os Republicanos radicais é diferente, são uma quinta coluna, poderosa e armada até aos dentes, um cavalo de Tróia que não hesitou já em invadir até a casa da democracia, o Capitólio de Washington, num gesto bárbaro que por um triz não levou ao assassinato do vice-presidente Mike Pence e da speaker Nancy Pelosi. Num país com 393 milhões de armas nas mãos de civis, o único país do mundo que tem mais armas do que habitantes, com 120 armas de fogo por 100 residentes, os riscos de uma guerra interna são enormes, evidentes. Mesmo que limitado a uma cidade ou a uma parte do território, um conflito armado entre facções políticas terá efeitos devastadores na estabilidade e perenidade do regime democrático dos Estados Unidos e é nisso, aliás, que apostam Putin e Xi Jinping, para quem uma guerra civil na América seria um maná dos céus. Daqui, na Europa, deveríamos fazer tudo para apoiar as vozes da moderação e da prudência, da democracia e da liberdade, que estão hoje nas fileiras dos Democratas e em alguns restos dos Republicanos, cada vez mais amordaçados e mais raros. Foi isso, aliás, que liberais como Fukuyama e Anne Applebaum vieram dizer-nos nas recentes Conferências do Estoril. E é isso, só isso, que evitará que que o mundo assista a um novo dilúvio - não de água, mas de sangue.

Historiador.
Escreve de acordo com a antiga ortografia.

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