Afeganistão prepara-se para assumir o seu futuro

Presidente Karzai diz-se apostado em que as forças nacionais assumam o controlo do país até 2014 e na reconciliação com os talibãs.
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Hamid Karzai tem razões para estar satisfeito: a comunidade internacional, através dos seus representantes na reunião de Cabul, aprovou ontem o seu plano sobre a passagem do controlo da segurança no Afeganistão para o exército e polícia locais e o aumento da canalização da ajuda estrangeira através do seu Governo.

"Continuo determinado em que as nossas forças de segurança nacionais sejam responsáveis por todas as operações militares e de aplicação da lei em todo o país em 2014", garantiu o Presidente afegão. Karzai falava perante representantes de 70 países e organizações internacionais que, durante mais de cinco horas e sob segurança apertada, discutiram as prioridades de desenvolvimento do Afeganistão e os meios para acabar com a violência dos talibãs que já fez 380 mortos este ano entre as forças internacionais.

Os participantes na 9.ª conferência sobre o Afeganistão, mas 1.ª no país, concordaram com o calendário de retirada das forças internacionais apresentado por Karzai; mas o secretário-geral da NATO, Anders Fogh Rasmussen, garantiu que militares estrangeiros ficarão no país "para além do período de transição"; ou seja, as forças internacionais só deixam o solo afegão quando as nacionais garantirem, de facto, a segurança.

Na sua comunicação, o secretário de Estado das Comunidades português, António Braga, apoiou o plano de Karzai e revelou que Lisboa, à margem da cimeira da NATO em Novembro, "deseja receber uma reunião de alto nível dos parceiros da Isaf e das principais organizações internacionais envolvidas no Afeganistão".

Karzai, cujo Governo terá acesso a mais fundos estrangeiros, prometeu intensificar a luta contra a corrupção. E o ministro das Finanças justificava ser preciso criar mais 300 mil empregos em três anos através de programas de de-senvolvimento agrícola e alargar o acesso das mulheres à educação.

Menos aplaudido foi o plano de reconciliação com os talibãs, que prevê empregos e incentivos financeiros para os "menos graduados" que deixem a rebelião e um acordo político com a liderança. A chefe da diplomacia dos EUA, Hillary Clinton, alertou que tal plano não pode ser conseguido a expensas dos "direitos das mulheres e das minorias".

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