Os advogados, Ángel Obama Obiang Eseng e María Jesús Bikene Obiang, apresentaram perante o segundo Tribunal de Instrução de Malabo, com data de 18 de março, uma petição na qual solicitam a liberdade provisória sem caução para o político e ativista, de acordo com a publicação espanhola Europa Press..Ambos membros do partido Convergência para a Democracia Social (CPDS), como Joaquín Eló Ayeto, os causídicos sustentam o pedido no facto de "não existir qualquer prova nem indícios racionais para acusar" o político do "delito de tentativa de assassinato do chefe do Estado", Teodoro Obiang Nguema, segundo o texto da petição, citado pela Europa Press..A mesma peça jurídica sublinha que Joaquín Eló Ayeto não tem antecedentes criminais, tem domicílio conhecido e nunca tentou iludir a ação da justiça. .Finalmente, o pedido de libertação afirma que o opositor se "encontra doente", em resultado das condições em que se encontra, "muito más e sem assistência", segundo uma carta escrita pelo próprio. "Durmo no chão, sem colchão nem nada que me proteja do frio-calor", escreveu Joaquín Eló Ayeto aos seus advogados..O CPDS denunciou no início de março a detenção de Eló, alegando que não obedecia a "uma decisão judicial, mas a uma necessidade do regime de manter isolado Joaquín Eló e de submetê-lo a torturas físicas e psicológicas e a todo o tipo de humilhações para que confesse o que o regime persegue com a sua detenção"..O partido acusou nessa altura o regime de Teodoro Obiang, no poder desde 1979, de pretender implicar Andrés Esono Ondo, secretário-geral da CPDS, e Guillermo Nguema Ela, coordenador da Força Democrata Republicana (FDR), outro partido da oposição, de conspirarem para matar o chefe de Estado.."O CPDS rejeita frontalmente a tentativa do regime de envolver o seu líder num suposto plano para assassinar Obiang, entre outras razões porque não interessa a morte de Obiang, mas sim uma transição política para a democracia, facilitada pelo próprio Obiang", referiu o partido em comunicado. .No mesmo comunicado, o partido evocou a prisão do ativista e militante da CPDS, Joaquín Eló Ayeto, no início deste mês, adiantando que os interrogatórios a que foi sujeito se concentraram nas ligações e reuniões entre os responsáveis dos dois partidos da oposição..Em 01 de março, a justiça da Guiné Equatorial ditou a prisão preventiva de Joaquín Eló Ayeto, que se encontra numa "cela isolada" na prisão de Black Beach, na capital, Malabo, e sobre a qual recaem várias denúncias de violações de direitos humanos..Na véspera de ter sido presente a tribunal, o opositor referiu ter sido torturado no posto central da polícia de Malabo, onde esteve detido no final de fevereiro por ter comentado "algures" que o Presidente Obiang não regressaria do périplo que então estava a realizar pelo país, acusou o CPDS..O Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, dirige o país desde 1979, tendo chegado ao poder através de um golpe de Estado e é o chefe de Estado há mais tempo em exercício em África..Desde a independência de Espanha, em 1968, a Guiné Equatorial tem sido considerada pelas organizações defensoras dos direitos humanos como um dos países mais corruptos e repressivos do mundo..A Guiné Equatorial aderiu à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa em 2014.