Aboubakar e Soares são os furacões de um dragão sólido
O FC Porto conquistou ontem o Torneio Cidade de Guimarães ao vencer o Vitória por 2-0, no Estádio D. Afonso Henriques, graças a uma primeira parte de grande nível, durante a qual construiu a vantagem no marcador.
Este foi, afinal, um teste bastante fácil para a equipa de Sérgio Conceição, que ao intervalo já tinha o triunfo praticamente garantido graças aos golos de Aboubakar e Francisco Soares, mas, a bem da verdade, o resultado no descanso até poderia ser bem mais dilatado, tal a superioridade portista frente a um adversário que está bastante longe daquilo que produziu na época passada e que lhe valeu o quarto lugar no campeonato e a presença na final da Taça de Portugal. Pedro Martins tem muito trabalho pela frente a duas semanas de defrontar o Benfica na Supertaça, em Aveiro.
O FC Porto, que à semelhança dos dois rivais está rendido ao 4x4x2, promete uma temporada em grande estilo, pois além de continuar a ser uma equipa consistente defensivamente, de tal forma que não deixa o adversário aproximar-se da sua baliza, está a ganhar uma boa dinâmica ofensiva, em que Óliver Torres e Otávio têm um papel fulcral no ritmo que dão à equipa, o que permite que os dois avançados Francisco Soares e Aboubakar sejam uns autênticos furacões no ataque à área contrária, que o digam os defesas do V. Guimarães...
A primeira parte, diga-se, foi de sentido único, tal a pressão sufocante que o meio-campo e os avançados do FC Porto faziam sobre os adversários quando estes tinham a bola em seu poder. Os erros dos minhotos tornaram-se por isso frequentes, ainda para mais potenciados pelo facto de os seus jogadores terem passado o primeiro tempo a escorregar, provavelmente por causa da má escolha de chuteiras para o novo relvado do D. Afonso Henriques.
Foi num lance desses em que Rafael Miranda fez um passe curto de mais para Moreno, que ainda por cima escorregou quando se fez à bola... Aboubakar aproveitou, correu sozinho para a área, onde só teve de contornar Douglas para abrir o marcador. Era o golo anunciado dos dragões, que antes já tinham visto Otávio desperdiçar uma grande oportunidade e Soares desviar outra bola para a barra.
Cinco minutos depois do primeiro golo surgiu o segundo. A defesa do Vitória de Guimarães ficou parada a ver o passe longo de Marcano apanhar Soares na cara do guarda-redes Douglas... o 2-0 foi uma formalidade perante o desespero de Pedro Martins no banco vitoriano.
André André muda o jogo
Apesar das muitas substituições no lado do Vitória, o cariz do jogo prometia não mudar muito após o intervalo, mas um disparate de André André mudou tudo. O médio portista teve uma entrada de sola perante Hurtado e foi expulso, após apenas oito minutos em campo. Os dragões tiveram então de se adaptar a uma realidade diferente, tirando um dos avançados, Aboubakar, para repor o meio-campo com Herrera.
Os minutos que se seguiram foram de assédio do V. Guimarães, embora de forma por vezes atabalhoada. E a verdade é que tirando um lance de David Teixeira, que Felipe evitou em cima da linha de golo, os minhotos poucos problemas colocaram ao FC Porto, cujos jogadores mantiveram a serenidade e a organização. E, bem vistas as coisas, até estiveram perto de dilatar a vantagem por Ricardo Pereira, que com a entrada de Maxi Pereira passou para extremo-direito.
A segunda parte acabou por ser mais um bom teste para Sérgio Conceição, que terá ficado satisfeito com o comportamento da sua equipa em inferioridade numérica.