A tristeza melódica de Mizoguchi

O Intendente Sansho, de Kenji Mizoguchi
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Se há filme que nos deixa impressões latejantes na memória, esse filme é O Intendente Sansho (1954). Uma das mais tristes sinfonias melodramáticas da obra de Mizoguchi, que fica a ecoar no espírito bem depois de abandonarmos, na sala, esta história de dois irmãos arrancados aos braços da mãe.

Filhos de um bondoso governador exilado, vão crescer cientes dos seus ensinamentos, num campo de escravos. E é a voz suave da mãe, a chamar incessantemente pelos filhos, num tom de melodia dolorosa, que transforma a realidade e a paisagem num território de lirismo cruciante.

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Uma voz levada pelo vento até aos ouvidos dos dois irmãos, que lança uma nota transcendente sobre a vegetação da floresta onde tentam a fuga. E cada um tem o seu modo de fuga... Só nós não temos como fugir ao encanto dramático desta sublime expressão da sétima arte. Nem queremos.

Classificação: ***** (Excecional)

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