A Revolta nas Ilhas não chegou ao Faial

Na primeira página do <em>Diário de Notícias</em> de 23 de abril de 1931, destaque para a falhada Revolta dos Deportados nos Açores e para a situação política espanhola
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Na primeira metade de 1931, as Ilhas foram palco de revoltas contra a ditadura de António Oliveira Salazar, num movimento que começou na Madeira com a denominada Revolta da Farinha e se alastrou aos Açores com a Revolta dos Deportados, numa altura em que o arquipélago açoriano era palco de manifestações de descontentamento de militares e deportados políticos anti-Salazar.

Um sentimento, contudo, que não se notava na cidade da Horta, segundo a reportagem do Diário de Notícias na "cidade das lindas mulheres" - como era descrita aquela cidade da ilha do Faial. "Não admira que na Horta não tivessem eco os acontecimentos revolucionários ocorridos nas cidades das outras ilhas", escrevia o DN. "O Faial [...] é uma terra onde não há gritos, onde não se canta, onde não se protesta, talvez onde não se chora. O Faial deve ser a terra mais sossegada de Portugal."

Mais à frente: "Não há, como se tem feito espalhar no estrangeiro, um problema separatista. Quando, em ar de coisa verdadeira, se falou numa 'República Atlântica' que compreenderia as ilhas adjacentes de Portugal, toda a gente se riu a bom rir." O texto, em destaque na primeira página do DN, era acompanhado de fotos da visita do ministro da Marinha, a bordo do navio Carvalho Araújo, à cidade da Horta.

Ao lado, na mesma primeira página, o Diário de Notícias destacava a conturbada situação política em Espanha, por alturas do início da Segunda República (que antecedeu a Guerra Civil Espanhola), com uma reportagem em Barcelona.

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