A rapidinha perfeita

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Não podia ter começado melhor o regresso de Marta Crawford à televisão portuguesa. A estreia de 100 Tabus confirma tudo o que já sabíamos da sexóloga, que chegou ao pequeno ecrã em 2005: clarividência na explicação, naturalidade na abordagem dos temas, à vontade perante as câmaras e telegenia natural. Convenhamos que, todos juntos, são atributos que não estão à mercê da esmagadora maioria dos comunicadores portugueses. Marta Crawford e a SIC Mulher arriscaram. E esse é um outro dado que merece destaque porque premeia os inconformados. Poderiam simplesmente ter pensado num cenário, numa mesa e nuns convidados famosos - a televisão portuguesa é, há uma década, um albergue de famosos que garantem audiências. Nada melhor do que famosos para falar de orgasmos, de masturbação e de clitóris. Vende sempre. Desta vez, porém, Marta saiu da sua zona de conforto. No primeiro programa foi para o campo e juntou-se a um grupo de forcados - um ambiente completamente masculino, pouco dado a sensibilidades e à racionalidade dos afetos. Ali o sexo é bom porque é, mas não deixou de ser curioso ouvir falar os jovens forcados em "dar prazer à minha senhora ou à pessoa com quem esteja". Marta Crawford ouviu, com um sorriso quase maternal, as viris opiniões dos machos latinos: "O homem tem de saber mexer na mulher", ou "a ereção do homem depende da mulher: se nós quisermos ir para a frente e elas sempre a dar para trás... não dá". 100 Tabus é uma emissão rapidinha que não cansa. Afinal, 30 minutos, quando se trata de cama, é tempo suficiente para mostrarmos o que valemos...

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