A obra violenta de Francis Bacon no Museu do Prado

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Exposição. De 3 de Fevereiro até 19 de Abril

Capital espanhola recebe obras de um dos maiores artistas do século XX

"Quando olho uma pintura que me entusiasma, ela devolve-me a realidade de uma maneira mais violenta", dizia o artista irlandês que viveu os últimos anos da sua vida na boémia de Madrid.

Será na capital espanhola que começa dentro de dias uma grande exposição de Francis Bacon (1909-1992) nos novos espaços do Museu do Prado, onde se juntarão 70 obras - incluindo 16 dos seus importantes trípticos - e documentação sobre a sua vida, onde conviviam o álcool, os amantes, a arte e uma vivência levada ao extremo.

"Se eu não pintasse , teria sido um delinquente", dizia de si próprio.

Francis Bacon passou muito tempo no Museu do Prado a admirar quadros dos mestres que mais lhe agradavam, como Goya e Velázquez.

Comentava o artista (que rejeitou os títulos de lord e sir) que se emocionava com a beleza dos elementos masculinos, em particular, Miguel Ângelo. Conhecido pelos seus acessos de fúria, o artista destruiu várias obras, algumas das quais foram vendidas, após a morte, por preços insuspeitados, o mesmo acontecendo com os que se encontravam em perfeito estado.

Pouco se sabe das primeiras obras do artista, que terá começado a pintar ainda nos anos 30, num tempo em que desenhava móveis na capital britânica.

A sua vida foi desde cedo bastante atribulada. A comissária da exposição de Madrid, Manuela Mena, referia ao El Mundo que, aos 17 anos, o pai de Francis Bacon mandou-o com um amigo a Berlim, por quem terá sido violado.

Bacon morreu em 1992, com 82 anos, numa clínica Madrilena, na companhia de uma religiosa, apesar do artista ser ateu.

Quem visitou o atelier de Francis Bacon recorda que este se aquecia com o forno do fogão nos dias mais frios de Inverno e, invariavelmente, tinha imensas caixas de garrafas de champanhe vazias espalhadas pelo chão.

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