A maior operação de segurança desde a II Guerra Mundial

Trinta mil pessoas participarão, a partir de hoje e até dia 18, na cimeira da ONU na capital dinamarquesa, onde 11 mil polícias vão patrulhar as ruas
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Seis mil polícias, de um total de 11 mil postos de prevenção, estão já nas ruas da capital dinamarquesa para fazer a segurança às 30 mil pessoas - entre as quais uma centena de chefes de Estado e o secretário-geral da ONU - que, a partir de hoje, até dia 18, participarão na cimeira sobre as alterações climáticas no Bella Center de Copenhaga. A operação de segurança foi já considerada como a maior desde a II Guerra Mundial.

"Tivemos em conta toda a espécie de eventualidades, incluindo as piores porque esperamos exageros por parte de manifestantes que têm a tendência para procurar a violência", afirmou Mogen Lauridsen, o chefe das operações da polícia dinamarquesa. E adiantou, num alerta óbvio: "Não iremos tolerar desordeiros." Lauridsen avançou que a operação de segurança, para a qual o Parlamento votou um orçamento especial de 83,22 milhões de euros, é a "tarefa mais pesada que a polícia já assumiu na história contemporânea".

Mas esta operação de segurança, na qual a polícia dinamarquesa está pronta a implicar até 85% dos seus efectivos, passa também por responsabilizar a população do país, em especial as pessoas que vivem na área do Bella Center.

"A polícia pede-nos para a contactarmos se notarmos algum indivíduo ou viatura suspeita", afirmou, à AFP, Lars Dueholn.

Mas este advogado, que reside a menos de 50 metros do Bella Center, não acredita que haja qualquer acto de terrorismo, em contrapartida, afirma termer "os desordeiros que lançam fogo aos nossos carros". E lamenta: " Mas a polícia está sobretudo preocupada com a segurança do centro."

Dueholn não foi o único a receber uma carta das autoridades policiais: ao todo foram enviadas três mil cartas a particulares que moram na zona do Bella Center ou nas proximidades de locais sensíveis, tais como hotéis onde ficam as grandes delegações, o Parlamento e a câmara da cidade.

Para além destas medidas, a polícia está preparada para utilizar meios mecanizados para controlar e dispersar multidões. Uma das viaturas que irão ser utilizadas para manter a segurança e conter eventuais tumultos é um veículo blindado de 22 toneladas equipado com canhões de água e lançador de fumos e de granadas de gás lacrimogéneo.

Michael Engell, porta-voz da polícia, avançou que o dito blindado, que nunca foi utilizado pelas autoridades dinamarquesas, tem um "depósito para seis mil litros de água, onde também pode ser acrescentado gás lacrimogéneo".

Um centro de detenção foi instalado a 5 km da capital, onde 150 polícias e juristas estarão em permanência para fazer a primeira triagem dos manifestantes desordeiros. O centro tem capacidade para receber até 350 pessoas, por um período de seis a 12 horas.

A Dinamarca, que já anunciou ir reactivar os controlos fronteiriços até ao fim da cimeira, não está sozinha nesta mega-operação de segurança: os países vizinhos disponibilizaram diversos equipamentos - helicópteros e viaturas especiais.

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