A equipa feminina de CS:GO da Vodafone Giants

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Aidy é a capitã da equipa profissional feminina de CS:GO da Vodafone Giants e teve de lutar muito para mostrar que as raparigas, se quiserem, jogam tão bem como os rapazes - ou até melhor do que eles. "Tive situações um pouco incómodas, ao longo da minha trajetória no mundo dos videojogos. Houve momentos em que me senti pequena e creio que todas temos o mesmo direito de jogar, de poder demonstrar o que queremos e de poder ir atrás dos nossos sonhos."O seu sonho (conquistado) é ser gamer profissional. E como ela há muitas que se esforçam para se destacarem num ambiente que ainda é maioritariamente masculino, embora cada vez menos. Um artigo publicado na VentureBeat, uma página dedicada à tecnologia, baseado em dados recolhidos pela consultora Interpret, indicava que 30,4% das mulheres e 69,6% dos homens viam desporto com regularidade. A distribuição é desigual, mas o mesmo artigo assinalava que a percentagem de mulheres aumentou quase seis pontos desde 2016, um aumento assinalável, que aponta para uma rápida integração das mulheres na indústria.A paridade em termos de presença está, portanto, cada vez mais perto. No entanto, os esports não são tão equitativos - como sucede nos desportos tradicionais - quando se fala de dinheiro.Embora não exista um ranking oficial que permita saber com certeza quanto ganham os jogadores profissionais, a página especializada esportsearnings.com mostra o fosso que separa homens e mulheres. Enquanto o Alemão Turo Takhasomi, líder em termos de receitas, arrecadou, até à data, mais de quatro milhões de dólares em prémios, a Canadiana Sasha Hostyn, que encabeça a lista feminina, ganhou 323 mil dólares no mesmo período de tempo. Laia Miralles, a outra espanhola da equipa, acredita que tanto ela quanto as suas colegas estão preparadas para enfrentar a competitividade do mundo profissional dos esports: "Sim, sofremos um pouco com o machismo. No entanto, tentamos passar ao lado disso e seguir o nosso caminho, porque, se quisermos ser jogadoras profissionais, temos de superar essas barreiras e seguir em frente."Esse exemplo de determinação é o que faz das jogadoras da Vodafone Giants um espelho em que podem ver-se refletidas todas as jovens queiram ser jogadoras profissionais de videojogos. Esse papel de referência, de pioneiras, nas palavras de Virginia Calvo, coproprietária da equipa, está bem presente desde o nascimento da equipa. "Sentíamo-nos responsáveis por dar voz e visibilidade às mulheres da esfera competitiva profissional."Entrevista e edição: Azahara Mígel, Douglas BelisarioTexto: José L. Álvarez Cedena

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