"Gente da primeira sociedade de Lisboa e a fina flor dos veraneantes da Costa do Sol encheram completamente o Casino. E a festa foi brilhantíssima." Assim descrevia o DN, em 16 de agosto de 1931, a inauguração do Casino Estoril, decorrida na véspera. Na verdade, aí ainda só havia hotel e casa de espetáculos: a sala de jogo abriu no ano seguinte. Mas isso não lhe tira o título do mais antigo casino da Europa ainda a funcionar sob o mesmo nome (o concorrente da Figueira da Foz, que abriu ainda na década de 20, reclama o título de antiguidade, mas passou alguns anos a funcionar sazonalmente e primeiro chamava-se Casino Peninsular). . De resto, a história dos casinos em Portugal é mais antiga, quase imemorial. Espaços de luxo e ostentação, palcos de convívio e debate da nobreza e burguesia de meados e finais do século XIX - exemplo mais famoso: as célebres Conferências do Casino Lisbonense, organizadas para discutir o futuro do País, pela mão e voz da geração literária de 1870 (de Antero de Quental a Eça de Queirós) - os casinos acabaram por ganhar a faceta principal de casas de espetáculo e de jogo. O negócio floresceu a partir da década de 30 do século XX, principalmente em zonas balneares (com expoente no Estoril, na Figueira da Foz, na Póvoa de Varzim e em estâncias termais que entretanto entraram em declínio), atraindo sempre "milhares e milhares de pessoas", como recordava outra reportagem do DN sobre o espaço da Costa do Sol.. Na Europa em ruínas da II Guerra Mundial, o Casino Estoril resistiu como último recanto de lazer e glamour. Por lá passaram milionários e artistas, diplomatas e espiões, aumentando a aura famosa do espaço. E no pós-25 de Abril a receita de sucesso, juntar sol, praia e jogo cativando os turistas nacionais e estrangeiros, expandiu-se pelo País. Chegou à Madeira em 1976, a Espinho em 1982 (primeira sala de jogo do grupo Solverde) e ao Algarve (Praia da Rocha, Vilamoura e Monte Gordo) nos anos 90.. Na última década, partiram para a beira--mar, com as inaugurações dos casinos de Lisboa (2006), Chaves (2008) e Troia (2011). E o grupo Solverde (atualmente o maior do País nesta área, com cinco casinos) tem também uma licença de concessão de jogo em Vidago/Pedras Salgadas. Será mais uma aposta a piscar o olho também aos jogadores espanhóis - que já nos anos 30 eram quem mais fazia girar as roletas da Figueira da Foz e do Estoril...