A 22 de março de 1991 o DN noticiava a condenação de quatro skinheads pelo assassinato de José Carvalho, militante e dirigente do PSR, que cerca de um ano e meio antes foi esfaqueado junto à sede do partido, na Rua da Palma, em Lisboa..Pedro Grilo, considerado culpado pelo Tribunal de Monsanto pelo crime de homicídio, foi condenado a 12 anos de prisão. Américo Silva, Melchior Santos, e Gabriel Ferreira, condenados por coautoria no assassinato, foram sentenciados a sete, seis e cinco anos de cadeia, respetivamente..À data, o DN afirmava também que o inquérito criminal sobre as atividades dos skinheads que a Procuradoria-Geral da República solicitou à Polícia Judiciária estava então a "ser ultimado"..A 29 de março de 1989, o DN contou assim o que se passou na sede do PSR, na Rua da Palma (hoje a sede do Bloco de Esquerda):."José Carvalho encabeçava uma campanha antimilitarista e pacifista, de que fazem parte alguns espetáculos promovidos pelo PSR. Um desses espetáculos, um concerto de música rock, decorria nas instalações da sede do partido quando, cerca das 22 horas de sexta-feira, um grupo de skinheads (cabeças-rapadas) conotados como simpatizantes nazis se juntaram à porta da sede do PSR.."Armados de paus, pedras, barras de ferro e facas, os cerca de 15 jovens começaram a fazer ameaças e a gritar palavras de ordem contra os comunistas. Próximo da meia-noite, quatro jovens tentaram entrar nas instalações, tendo José Carvalho procurado evitar essa pretensão para que não houvesse qualquer confronto.."José Carvalho e outros militantes do PSR conseguiram afastar o grupo de skinheads para o beco anexo ao edifício da sede do partido, onde José Carvalho foi esfaqueado no peito, tendo morte imediata.."No confronto ficaram ainda feridos dois outros militantes do PSR, um dos quais, Paulo Jorge Barros Lobo, ainda se encontra internado no Hospital de São José com fraturas dos ossos do nariz.."Ontem à tarde, a Conferência Anual do PSR, que estava marcada para a Casa da Imprensa, foi substituída por uma homenagem a José Carvalho. Durante cerca de uma hora, Francisco Louçã, principal dirigente do partido, traçou a biografia de José Carvalho, salientando a sua atividade quando trabalhador da fábrica Messa, e militante do PSR desde a primeira hora.."Sublinhou Francisco Louçã que José Carvalho tinha, fundamentalmente, duas responsabilidades: o apoio à juventude e a orientação do jornal Combate. No final da homenagem, foi guardado um minuto de silêncio em memória de José Carvalho, que tinha 36 anos."