3 em 7 jovens fizeram sexo antes dos 17

Publicado a
Atualizado a

Sexualidade. Primeiro inquérito sobre estudantes do secundário revela que grande parte iniciou a actividade sexual antes dos 18 anos, o que é verdade sobretudo nas raparigas. Mas também indica desconhecimento sobre contracepção e gravidez

Rapazes iniciam actividade aos 14 e raparigas aos 15

Três em cada sete alunos do 10.º e 12.º anos já fizeram sexo. E são mais as raparigas que os rapazes a afirmarem ter iniciado a prática sexual. Isto, apesar de os estudantes do sexo masculino terem a primeira relação sexual aos 14 e as do sexo feminino aos 15, segundo o inquérito "A educação sexual dos jovens portugueses: conhecimento e fontes", que hoje será divulgado. Este estudo indica que os portugueses iniciam a actividade sexual cada vez mais cedo.

A primeira relação sexual é um dos temas abordados no inquérito às relações amorosas, comportamentos sexuais e prevenção dos estudantes do ensino secundário de todo o País. E indicia que a geração actual tem a primeira relação sexual mais cedo, entre os 14 e 15 anos, além de que não se notam grandes diferenças em termos de comportamento sexual entre os alunos e as alunas do secundário. Refira--se que o Inquérito Nacional Saúde e Sexualidade de 2007 indicava que, em média, os homens tinham a primeira relação aos 17,28 e as mulheres aos 19,35.

O inquérito, coordenado por Pedro Moura Ferreira, investigador do Instituto de Ciências Sociais, e Duarte Vilar, sociólogo e presidente da Associação para o Planeamento da Família (APF), é o primeiro trabalho realizado em Portugal sobre esta área e será apresentado a partir de hoje no Instituto Superior das Ciências do Trabalho e Empresas (ISCTE).

Duarte Vilar diz que o inquérito confirma uma série de dados que tinham constatado na intervenção que a APF tem junto das escolas e que há uma melhoria em termos de educação sexual dos jovens com 18 ou menos anos. No entanto, existem temáticas que têm sido descuradas, nomeadamente ao nível de uma abordagem mais ampla das infecções sexualmente transmissíveis. Os estudante revelam grande desconhecimento, embora haja 66% a dizer que já discutiram a prevenção destas doenças. E também se nota desconhecimento no que diz respeito à forma como usam os contraceptivos e como se previne uma gravidez indesejada.

Entre as alunas do secundário que iniciaram a actividade sexual, 2,4% já engravidaram e, entre os rapazes sexualmente activos, 2,6% dizem que as parceiras engravidaram. Apenas 43% destas gravidezes resultaram num nascimento, 63% fizeram uma interrupção voluntária e, as restantes, tiveram um aborto espontâneo.

A maioria dos inquiridos diz ter relações com os namorados e 28,5% afirmam ter tido relações ocasionais, dos quais 32% mais do que três vezes. E, entre estes últimos, 80% indicaram ter usado o preservativo.

Mais de metade dos jovens (60%) nunca sentiu necessidade de recorrer a alguém para pedir ajuda para resolver um problema relacionado com a sexualidade. Os que o fizeram tinham dúvidas sobre os assuntos relacionados com o corpo (36%), o risco de engravidar (33%), o início das relações sexuais (16%) e os problemas afectivos (15%). E 74% dos inquiridos bateram à porta dos amigos.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt