Os dois metros de altura e a compleição forte eram suficientes para intimidar as vítimas. Com apenas 16 anos, Toni Boy, como é conhecido em Agualva e no Cacém (Sintra), é suspeito de uma série de roubos a jovens da sua idade. A PSP diz que agora já não há motivo para insegurança: o Toni Boy foi internado num centro educativo no Norte do País..Nos últimos três anos, Tony, filho de pais cabo-verdianos separados, dedicou-se a roubar telemóveis, dinheiro e todos os valores que os jovens mais pequenos do que ele exibissem. Bastava uma aproximação para que as vítimas lhe entregassem tudo. O seu aspecto era intimidante..Nos assaltos que fez, e que deram origem a vários processos tutelares educativos por ser menor, Tony nunca exibiu qualquer arma. E foi por isso que, na tarde de quarta-feira, a PSP o abordou em plena via pública para o deter..Mas, desta vez, Toni estava armado. "Levantou-se do banco de jardim, disparou contra nós e fugiu a pé", disse ao DN uma fonte policial. A PSP não arriscou correr atrás dele. Sabia que a única forma de o imobilizar era a tiro. "Não queríamos isso", disse a fonte..Nessa noite, o comandante da Esquadra de Investigação Criminal da PSP de Sintra optou pela diplomacia. Bateu à porta de casa do irmão de Toni, no Cacém, e pediu para falar com a família. "Eles não acreditaram que ele tinha disparado uma arma contra a polícia. Mas sabiam que ele roubava, por isso sempre que chegava a casa, era revistado pelo pai", disse.. A conversa entre o comandante e a família deu frutos. No dia seguinte, pelas 21.30, o pai e os irmãos de Toni entregavam-no na esquadra da PSP. O rapaz não ofereceu resistência. .A PSP diz que não é apenas o aspecto físico de Toni que o faz parecer mais velho. "A conversa dele é de uma pessoa vivida." Os seus feitos eram já conhecidos na zona do Cacém e a PSP considera que o seu internamento trará maior segurança..Nos últimos anos, Toni deslocou-se várias vezes à PSP para ser ouvido em processos que o indiciavam como suspeito. "Como era menor, era ouvido enquanto testemunha e instaurado um processo tutelar educativo." Actualmente Toni frequentava um curso técnico-profissional em Lisboa, no âmbito de um desses processos. Era assíduo e até responsável, mas nas horas livres não hesitava em assaltar os estudantes das escolas do Cacém. A mãe sempre colaborou com a PSP, mas desta vez estava no estrangeiro.