'Portugal significa o contrário de racismo e xenofobia'
O 13.º Encontro Nacional de Combatentes, que se realiza sempre no Dia de Portugal, contou ontem com um orador há muitos anos afastado dos palcos políticos. Paulo Teixeira Pinto, presidente do Millennium BCP, foi este ano o convidado e fez um discurso ideológico, mas descomplexado. Muito virado para o multiculturalismo.
"O lugar português não é o da utopia. É o do mundo inteiro. De nada vale ser finis terrae se não se divisar para além do fim que pode ser pela vista alcançado. Portugal significa universal", disse o antigo secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros dos governos de Cavaco Silva. Com uma intervenção pela integração, Teixeira Pinto defendeu que "nunca fomos menos por sermos também os outros. Mas fomos sempre mais quando demos mais. Quanto mais formos outros mais os outros serão também portugueses".
O orador afirmou ainda que "Portugal tem de significar o maior contrário de racismo ou xenofobia". Depois, falou a seu pedido o secretário de Estado da Defesa e dos Assuntos do Mar, Manuel Lobo Antunes, que lembrou que "somos um povo que sempre soube vencer adversidades". Antes, ali junto ao monumento aos combatentes do Ultramar, em Belém, realizou-se uma missa inter-religiosa, com orações muçulmanas. Muito escutadas.
O encontro começou pela manhã com a concorrida missa no Mosteiro dos Jerónimos, que acabou por deixar à porta centenas de turistas.
Com os claustros cheios de antigos combatentes e respectivas famílias, a missa presidida pelo prior de Santa Maria de Belém, concelebrada pelo padre Constâncio Gusmão, contou com a colaboração do Grupo Coral da GNR e, mesmo na casa de Deus, ouviram-se palavras como estas: "A todos aqueles que fizeram a guerra em nome da paz, de um ideal, de um povo".