O "fogo amigo" dos americanos matou não apenas Nicola Calipari, o agente que logrou a libertação da jornalista italiana Giuliana Sgrena, mas também Gardi Gardev, soldado búlgaro de 30 anos. No mesmo dia sexta-feira. Mas a confirmação de Sófia só chegou ontem, porque, anteriormente, a versão oficial era de que Gardev sucumbira a uma emboscada. Foi preciso um anónimo incluir essa informação no site da Internet do Exército búlgaro para que o discurso mudasse. O jovem soldado foi, afinal, morto numa estrada entre Diwaniyah (sul do Iraque) e Bagdad, quando regressava à base. Um incidente que levou já o Presidente búlgaro a convocar o embaixador americano em Sófia. Gueorgui Parvenov exige que "os culpados sejam sancionados". Isso só será possível, porém, se Washington os incriminar, pois um decreto da coligação não permite que os tribunais iraquianos sentem os soldados estrangeiros no banco dos réus..Na verdade, estas duas mortes não são casos isolados. Pelo contrário, fazem parte de uma sucessão de erros da parte de soldados americanos, que, para além de já terem abatido, pelo menos, cinco jornalistas, segundo a organização Repórteres Sem Fronteiras, têm sido céleres no gatilho, vitimando um número indeterminado de civis iraquianos. Como sucedeu em Janeiro, quando mataram cinco pessoas em Mossul, ao lançaram uma bomba, por engano, em cima da sua casa..violência. Soldados americanos - cerca de 500 - lançaram, ontem, um raide numa zona agrícola de Dura, na periferia de Bagdad, detendo 52 pessoas, entre as quais 39 mulheres e crianças, mas só dois homens acabaram por ficar presos. Mais um atentado suicida em Balad matou 15 pessoas e outras 12 morreram numa série de ataques.