'Diamantes' que derretem na boca estão de regresso

Os rebuçados 'Heller' foram relançados no mercado este ano por uma empresa da Madeira que já conquistou o mercado internacional com os rebuçados 'Villa'
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Quem não se lembra dos rebuçados Heller, os drops de limão, laranja ou mentolados, envoltos em película primária transparente com um travo ácido que fazia crescer água na boca? Desapareceram do mercado mas estão de regresso, tudo porque os sócios da Sweets and Sugar, S.A., com fábrica sediada na Zona Franca Industrial da Madeira, adquiriram a marca Heller que remonta aos anos cinquenta.

Actualmente, os Drops Heller encontram-se já à venda nas melhores pastelarias/casas de chá de Lisboa, Versailles, Suíça, Mexicana e Império. São de referir ainda as casas Macário, J. Francisco Pereira e Pereira da Conceição, mas o objectivo é inundar o mercado nacional com o revivalismo de sabores - há um clube de fãs da Heller - que inclui os célebres Diamantes, um rebuçado quase translúcido que muitas gerações ainda recordam.

A Heller começou a produzir os famosos drops Diamantes a partir de 1973. Só que nos anos 80 os drops Heller desapareceram do mercado português. A fábrica que os produzia, localizada no Continente, deixou de produzir devido a vários factores. O que fez que estes rebuçados só agora regressassem às bancas.

Neste momento, o volume médio de actividade da Heller já atinge 30 mil quilos/mês. Ou seja, a expectativa de sucesso é grande, a exemplo do que já aconteceu com a marca própria Villa, rebuçados e caramelos - 1,2 milhões de toneladas/ano -, sendo a confeitaria o core business da empresa.

A fábrica da Região Autónoma da Madeira é o sonho de qualquer criança, uma cena de filme em que milhares de doces ganham vida. O cheiro a menta inunda o ar. Ricardo Freitas, um dos administradores da Sweets and Sugar, faz-nos uma visita guiada. O produto estrela Villa é já uma marca portuguesa que conquistou o mercado nacional. "Hoje é a segunda marca de confeitaria do País que mais vende", e, internacionalmente, exportamos este produto para países como a Venezuela, Rússia e, ainda, para o Iraque, Bolívia e Koweit.

"Com a marca Villa obtivemos grandes resultados. Começámos há nove anos a distribuir no mercado tradicional até chegarmos às grandes superfícies. Uma aposta na qualidade e na diferenciação. Só usamos corantes e essências naturais vindos de França e apenas trabalhamos com produtores certificados. Conseguimos uma cobertura nacional completa, fizemos e fazemos uma forte campanha de marketing em revistas especializadas e estamos sempre presentes nas feiras nacionais e internacionais", conta Ricardo Freitas, administrador da empresa Drops Villa.

Com a estrutura comercial localizada em Lisboa, possuem um armazém que todas as semanas recebe, por via marítima, os produtos fabricados na Madeira. Neste momento, trabalham num novo caramelo Villa - com duas cores e dois sabores - que será lançado ainda este mês. Apesar do principal negócio ser a confeitaria, a Sweets and Sugar entrou no negócio do açúcar, que importa a granel e transforma. Por questões legais, o mercado alvo é apenas a Região Autónoma da Madeira.

Há 13 anos lançaram a marca própria Açúcar Colombo, encontrando-se em todas as grandes superfícies do arquipélago, e fornecem ainda marcas brancas para Modelo, Pingo Doce, para além dos distribuidores de cafés Nestlé e Delta. Vendem na Madeira cerca de 3 mil toneladas de açúcar por ano, ou seja, entre 50% e 60% do consumo total do arquipélago. Por outro lado, a fábrica aceita encomendas de rebuçados personalizados, fornecendo empresas como a TAP, Eurest (companhias de catering), correios, hotéis, bancos, e cafés de Cabo Verde, e de outros países.

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