Como vê o sector do turismo em Portu-gal?.É provavelmente a área de negócios mais importante do vosso país. E deve ser promovida de uma forma séria, já que vocês têm todas as qualidades possíveis. Não creio que haja outro sítio no mundo como este. Tem um clima excelente, é um país bonito, os portugueses são um povo afável, a segurança é óptima. O turismo tem um potencial imenso, e acredito que o retorno do investimento é bom. Devem encorajar os empresários a investir aqui, fazer mais hotéis e complexos turísticos. E não devem esperar que sejam apenas os vossos vizinhos espanhóis a investir, deve haver grupos portugueses mais activos..Vai investir mais nesta área?.Eu penso que a construção do novo casino [Lisboa] é um bom passo. E no que diz respeito ao Casino Estoril, não é por acaso que o vosso Governo lhe chama o "estado da arte"em termos daquilo que se deve fazer no sector do turismo..Portugal deve ter mais casinos?.Penso que não. Os que há chegam, principalmente depois da abertura, no início do próximo ano, do Casino de Lisboa. O que vocês precisam é de mais promoção, de maior atractividade, nomeadamente no campo cultural. E com estas praias fabulosas isso não deve ser muito difícil. Nós, no Casino Estoril, já misturamos entretenimento com cultura, congressos com outros eventos..E quais são os tipos de projectos mais atractivos?.As marinas, por exemplo. Estou interessado, é uma área em que pode haver mais investimento. Estou também interessado em investir em projectos de hotéis aliados a centros de congressos..Ainda sobre o sector do jogo. Como vê o futuro em Portugal e a nível mundial?.Las Vegas e Macau, neste momento, têm uma dimensão idêntica. Mas Las Vegas é um mercado maduro, que cresceu 5% no ano passado. Macau está a crescer a dois dígitos - 25% em 2004 - e espera manter este nível. Metade das pessoas que já se deslocam a Macau são chineses, devido à cada vez maior abertura do Governo para facilitar as viagens para fora do território. Em Portugal achamos que vai crescer, caso contrário não nos metíamos no novo projecto..Mas pode haver concorrência....O Governo de Singapura decidiu criar um casino no território. Estão a aceitar propostas para um concurso. .Quanto é que pensa investir em Por-tugal no médio prazo, digamos, cinco anos?.Posso dizer-lhe o que está pensado. Na EDP temos 2% e já dissemos que queremos atingir 5% até 2007. Se pensar que 1% da EDP corresponde mais ou menos a 70 milhões de euros... Depois há o Casino de Lisboa, que corresponde à partida a 60 milhões de euros, isto ainda antes de pensarmos em mais oferta de serviços. E também estamos a investir na Portline. Não esperem é de mim que invista em tudo o que é necessário..A sua posição de investidor chinês em Portugal pode servir de exemplo a outros empresários daquela zona?.Penso que posso fazer algo nessa área. Nomeadamente devido às minhas boas relações com a China..Já disse que vai investir na EDP. Em que outros sectores pode vir a entrar em Portugal?.Estou interessado na energia e no sector das águas. Falaram-me da possibilidade de privatizações neste último sector. Nós já temos experiência nesse campo em Macau, através de uma joint-venture com um grupo francês, integrado pelo Crédit Lyonnais. Quando ouvimos falar disso, ficámos muito interessados..Na área da energia vai ficar-se pela EDP?.Estamos interessados na Galp, integrando o grupo português que se está a formar. Carlos Monjardino contactou-nos nesse sentido..Na área do imobiliário, é presidente da Sgal, que é responsável pelo empreendimento da Alta de Lisboa. Esteve lá esta semana. O que é que achou?.É uma área imensa com mais de 300 hectares, 17 mil fracções, das quais 80% para habitação e 20% para escritórios, que vai acomodar no total cerca de 80 mil pessoas. .Vai pensar em outros investimentos do género?.Depois deste estar concluído, procuraremos outros.