Rastreio da hipertensão no centro da ‘Bila’

Rastreio da hipertensão no centro da ‘Bila’

Se o sul de Portugal é a região onde os níveis de hipertensão são mais elevados, o que dizer de Trás-os-Montes? O rastreio gratuito que a Sociedade Portuguesa de Hipertensão (SPH) realiza este sábado em Vila Real poderá dar respostas à questão.
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Há muito que Vila Real é cidade, mas muitos, sobretudo os locais, continuam a designá-la carinhosamente por ‘Bila’. Será na Praça do Município, entre as nove e as 17 horas deste sábado, que vai estar uma caravana devidamente identificada e com profissionais de saúde disponíveis para medir gratuitamente a pressão arterial e determinar o perfil lipídico de cada pessoa que aí se deslocar.

Esta é a segunda ação da iniciativa “Pela Saúde de Portugal”, que está a percorrer o país no âmbito da Missão 70/26 – Pelo controlo e proteção dos doentes hipertensos. A ação conjunta da Sociedade Portuguesa de Hipertensão (SPH), Servier, TSF e Diário de Notícias pretende, nas cidades por onde está a passar, detetar e melhorar o controlo da hipertensão da população e, ao mesmo tempo, sensibilizar a sociedade para esta questão.

A hipertensão arterial (HTA) é a principal causa de morte em Portugal. A doença não tem cura, mas o controlo adequado dos doentes crónicos reduz riscos e impactos para a saúde.

“Todos devemos medir a tensão arterial. Depois dos três anos, qualquer pessoa deve regularmente fazer esse controlo para evitar surpresas, mesmo as crianças e adolescentes”, argumenta Rosa de Pinho. A presidente da SPH justifica que, ao contrário do que se pensa, esta não é uma doença só de adultos. A hipertensão arterial é um dos principais fatores de risco cardiovascular, responsável por alta taxa de mortalidade e por muitas incapacidades físicas após ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais. A esmagadora maioria dos doentes nem se apercebe dos riscos que corre.

O objetivo da Missão 70/26 é ter, pelo menos, 70% dos hipertensos controlados até 2026, através de uma política de sensibilização mediática junto das populações e da própria comunidade médica, bem como de ações de rastreio. Os profissionais de saúde alertam constantemente para a necessidade de serem as pessoas em geral, e os doentes em particular, os primeiros a olharem pela própria saúde. Em casa ou na farmácia, é possível fazer o diagnóstico para determinar a pressão arterial. É um processo simples e rápido, tal como o que vai acontecer na ação de rastreio no centro da cidade trasmontana.

Rosa de Pinho, Presidente da SPH

O rastreio e os cuidados de saúde primários são duas das principais armas de combate.


1.º Prémio Missão 70/26 dá 15 mil euros e será anunciado em breve

Porque o combate à hipertensão é uma questão de saúde pública, os médicos e demais profissionais também são incentivados a reforçar a prevenção e o trabalho que desenvolvem.  A SPH criou no ano passado uma bolsa monetária que vai premiar e destacar profissionais de saúde com contributos relevantes para melhorar a adesão dos portugueses à terapêutica e ao controlo da hipertensão arterial.

Os custos financeiros das terapêuticas para quem tem a doença controlada são significativamente inferiores.

Com o prémio, a SPH pretende sensibilizar anualmente quem está envolvido no acompanhamento do doente hipertenso e, por outro lado, estimular o trabalho em equipa, considerando que, nas doenças crónicas, o trabalho de grupo é fundamental para a eficácia do controlo.

As candidaturas ao 1.º Prémio Missão 70/26 – Adesão HTA decorreram entre agosto e novembro de 2023 e os resultados serão conhecidos no XVIII Congresso de Hipertensão e Risco Cardiovascular, no próximo mês de fevereiro. O júri, alargado a diversos especialistas e entidades que lidam com a hipertensão, vai atribuir 15 mil euros ao primeiro trabalho selecionado, reservando cinco mil euros para o segundo classificado. Haverá ainda duas menções honrosas, cada uma com 1500 euros.

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