Se a despedida de Alvalade já tinha sido em grande com uma goleada ao City, o adeus definitivo de Rúben Amorim ao Sporting foi igualmente épico, com uma reviravolta louca em Braga. Os minhotos chegaram ao intervalo a ganhar 2-0, mas uma segunda parte absolutamente avassaladora permitiu ao Sporting virar o resultado para 4-2, Na despedida, mais um registo importante para o treinador, que igualou o melhor início de época de sempre dos leões, com 11 vitórias nas primeiras 11 jornadas, marca registada em 1990/1991 com Marinho Peres..Foi um jogo de emoções muito fortes, mas Rúben Amorim surgiu igual a ele próprio - andou de um lado para o outro, incentivou e corrigiu os seus jogadores, sentou-se no banco a mexer as peças no tabuleiro, enfim, parecia apenas mais um jogo na sua carreira. .As duas equipas entraram com esquemas táticos idênticos (3x4x3), sobrando espaço para o pormenor, para o detalhe, para o erro. Seria por aí, era fácil adivinhar, que este jogo se podia decidir.Foi precisamente o que aconteceu. O Sp. Braga esteve melhor na primeira parte, mas seria uma oferta de Debast a permitir aos minhotos inaugurar o marcador: aos 20 minutos, Roger cruzou da direita, de pé esquerdo, El Ouazzani cabeceou e a bola acabou por sobrar para Debast. Um péssimo alívio do belga (mais um...) permitiu a Ricardo Horta abrir o marcador perante tão grande oferta.Os minhotos acabavam de materializar a superioridade no jogo e obrigavam os leões a ter de dar mais . Aos 26’, Pedro Gonçalves saiu lesionado e deu o lugar a Catamo..O Sporting tentou reagir, começou a jogar mais no meio-campo ofensivo, mas o melhor que conseguiu foi um remate sem perigo de Maxi Araújo (43’), assistido por Gyökeres. Do outro lado estava um Sp. Braga muito organizado, a atacar pela certa, com alguma frieza, que acabou por chegar ao 2-0 ainda na primeira parte (45’): Moutinho rouba a bola a Bragança no círculo do meio-campo, passou para Bruma, que serviu Ricardo Horta que bisou. E assim chegou o intervalo, com muito pouco Sporting para um Sp. Braga que fez tudo bem feito, individual e coletivamente - ao contrário dos leões, que viram Debast ‘assistir’ Ricardo Horta no primeiro golo dos minhotos. Hjulmand e Harder inspirados.Os leões entraram melhor na segunda parte, mas, com o golo a tardar, Amorim não perdeu muito tempo: aos 56’ lançou Morita e Harder para os lugares de Bragança e Araújo. O japonês acabaria por marcar dois minutos depois (58’), numa recarga a defesa de Matheus após um canto .O jogo estava relançado, o leão ganhou uma nova vida, com muito coração à mistura, agora praticamente instalado no meio-campo bracarense, com algumas ameaças pelo meio (Catamo, aos 72’, obrigou Matheus a boa defesa), até ao golo do empate, na sequência de uma bomba de Hjulmand (80’) de fora da área. Um grande golo!.O Sporting tinha agora pouco mais de dez minutos para chegar à vitória. Diomande tentou aos 84’, mas foi Harder a fazer o golo que colocou a equipa pela primeira vez em vantagem, também com um remate de meia distância, aos 89’. E para que não restassem dúvidas, já no tempo extra, o dinamarquês bisou e fixou o resultado em 4-2 a favor dos leões..“Terminou melhor do que queria. Preferia não ter sofrido, mas a forma como acabou era muito mais do que podia esperar. Uma semana que podia ter sido tão difícil e acabou por ser. É tão melhor agora, vou tão mais descansado. Estes jogadores são inacreditáveis, Se continuarem a ganhar... Terão um grande treinador e isso vai ajudá-los a seguir em frente”, disse Amorim no final, ele que esta segunda-feira inicia já a sua aventura no Manchester United.