CaixaBank quer que BPI reforce crédito a famílias e empresas em 4% ao ano

CaixaBank quer que BPI reforce crédito a famílias e empresas em 4% ao ano

Grupo espanhol que detém 100% do BPI apresentou hoje o plano estratégico para 2025-2027 e coloca a captação de clientes, digitalização, inteligência artificial e a sustentabilidade como prioridades estratégicas.
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No novo plano estratégico para o período 2025-2027, o CaixaBank dá prioridade à captação de clientes num contexto que se espera de maior crescimento económico e de descida das taxas de juro, e para o Banco BPI estabelece a meta de um crescimento do recurso de clientes e de crédito de 4% anuais nos próximos três anos.

"Estima-se que o BPI obtenha um incremento de 4% TACC [taxa anual de crescimento composto] em recurso de clientes e em crédito, em linha com a ambição do CaixaBank.  Adicionalmente, vão intensificar-se os projetos conjuntos com filiais do Grupo", lê-se no comunicado divulgado pelo banco espanhol esta manhã.  

Nos primeiros nove meses deste ano, a carteira de crédito do BPI cresceu 2% face ao ano passado. O crédito para empresas subiu 3% e na habitação o aumento foi de 2%. Os recursos de clientes reforçaram-se em 5%. 

No "centro da sua estratégia",  o BPI terá a "captação de clientes, o impulso à digitalização e ferramentas de inteligência artificial e o progresso em torno da sustentabilidade", adianta ainda o CaixaBank. 

Na mesma nota, o banco espanhol que detém 100% do BPI, diz que o objetivo é posicionar o CaixaBank como banco de referência em mercados internacionais, "potenciando o crescimento orgânico em Portugal mediante a sua filial BPI". Isto numa altura em que o fim do acordo de capital contingente no Novobanco, previsto para  final de 2025, deverá ser antecipado, abrindo a porta à venda deste banco no próximo ano.

Manter a rentabilidade 

No novo plano estratégico o CaixaBank prevê "manter estável a margem financeira", apesar do contexto de descida das taxas de juro. "A fortaleza financeira, que marcou os últimos três anos, continuará no futuro com o objetivo de alcançar uma rentabilidade ROTE de mais de 16% no final de 2027 e que em média entre 2025-2027 seja superior a 15%", avança o banco. Os objetivos passam ainda por manter o rácio de eficiência ligeiramente acima dos 40% e a taxa de incumprimento em torno dos 2%. O CaixaBank promete também uma distribuição de dividendos entre 50 a 60% e "distribuir o excesso de capital CET1 acima de 12,5%". 

No plano estratégico 2022-2024, que agora termina, a meta era distribuir nove mil milhões de euros, mas o objetivo já foi ultrapassado, tendo sido já entregues aos acionistas 9500 milhões de euros, valor que deverá subir para 12 mil milhões de euros, admite o CaixaBank. 

 

O banco prevê investir cinco mil milhões de euros em tecnologia nos próximos três anos, e quer contratar três mil jovens com "perfil técnico". Na área da sustentabilidade, compromete-se a mobilizar 100 mil milhões de euros em "finanças sustentáveis", acima da meta dos 65 mil milhões estabelecida no plano que agora termina, e que já foi ultrapassada. 

"Nos próximos três anos queremos aproveitar o ambiente económico previsivelmente mais favorável para dar um salto em frente na nossa qualidade de serviço, nas nossas capacidades tecnológicas e no desenvolvimento do talento da nossa equipa. Tudo isso redundará em maior crescimento da economia e numa adequada remuneração para os nossos acionistas", diz em comunicado Gonzalo Gortázar, presidente executivo do CaixaBank. 

 

A jornalista viajou para Madrid a convite do CaixaBank

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