Ouvir Lucília Gago no Parlamento? BE, PAN e Livre apoiam Aguiar-Branco
JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA

Ouvir Lucília Gago no Parlamento? BE, PAN e Livre apoiam Aguiar-Branco

Numa entrevista à Antena 1, o presidente do Parlamento defendeu que devem ser dadas mais explicações por parte da Procuradora-Geral da República. No Parlamento, os partidos já começaram a reagir.
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José Pedro Aguiar-Branco, presidente do Parlamento, defendeu que a Procuradora-Geral da República deve ir à Assembleia da República prestar esclarecimentos sobre os casos que causaram crises políticas.

Em reação, nos Passos Perdidos, Jorge Pinto, do Livre, saudou a intenção. Recordando que o partido sempre defendeu "estas explicações", o deputado afirmou que são devidas "não só aos deputados como ao país". O partido vai por isso levar o tema a conferência de líderes parlamentares para tentar perceber os moldes dessa chamada. "Temo-lo dito desde a primeira hora. Os casos na Madeira e aqui na República merecem ser esclarecidos". Mas, defendeu o deputado, "a separação de poderes é importante e é preciso perceber de que forma aconteceria. Não é inédito chamar um procurador, mas é raríssimo e é necessário perceber os moldes".

A seguir, reagiu o Bloco de Esquerda, pela voz do líder parlamentar Fabian Figueiredo. Lembrando que o partido também tem pedido esclarecimentos "desde o primeiro momento", o deputado saudou também a intenção de Aguiar-Branco. Não estando "em causa o papel do BE" na anterior Legislatura, os bloquistas esperam que Lucília Gago "se disponibilize de uma vez por todas" para prestar esclarecimentos sobre o processo Influencer, que levanta "legítimas preocupações". "Querendo acreditar que a PGR aceite o convite do presidente da Assembleia da República", o BE não exclui outras medidas, nomeadamente um requerimento para ouvir Lucília Gago na 1.ª comissão.

Também o PAN apoia as afirmações de José Pedro Aguiar-Branco. Pela voz da deputada única, Inês Sousa Real, o partido diz estar convicto de que "isto em nada belisca" a credibilidade da Procuradoria-Geral da República. "Este silêncio não é nada saudável", considera a porta-voz do PAN.

À direita, André Ventura, líder do Chega, diz que o presidente do Parlamento violou "claramente a separação de poderes". "É um absurdo" querer ouvir a Procuradora-Geral da República, atira, dizendo que isso obrigaria Lucília Gago a dar explicações "em qualquer caso". "Vamos ter o critério para todos os casos? Nunca vi em democracia tanta pressa em resolver um caso", argumenta. "Acho que é um mau caminho chamar procuradores e inspetores ao Parlamento".

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