Quatro inquéritos para investigar morte de jovem com tumor

Foi 11 vezes à urgência, mas hospital não detetou cancro no cérebro. Ministério Público aguarda parecer da medicina legal
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Estão abertos quatro processos de averiguações para apurar o que se passou no caso de uma jovem de 19 anos que morreu vítima de um cancro no cérebro que não foi diagnosticado, apesar de durante três anos ter ido 11 vezes à urgência do hospital de Penafiel, que pertence ao Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa. O caso remonta a 2013 e a família já avançou com um processo contra o hospital por alegada negligência. Recorreu também ao tribunal administrativo para reclamar uma indemnização à unidade hospitalar.

As primeiras queixas de dores de cabeça surgiram em 2010, contou a família ao Jornal de Notícias, que adianta que no hospital o diagnóstico foi sempre o mesmo: ansiedade. A família afirma que não foram feitos exames que poderiam ter detetado o cancro no cérebro, que tinha 1,6 quilos. Sara Daniela Moreira morreu em casa em janeiro de 2013, dois dias depois de ter ido às urgências do mesmo hospital.

A Procuradoria-Geral da República confirmou ao DN "a existência de um inquérito, o qual se encontra pendente a aguardar o parecer do Instituto Nacional de Medicina Legal. Tal parecer foi solicitado em dezembro de 2014". Ontem, o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, afirmou que pediu à Inspeção-Geral das Atividades em Saúde que iniciasse um processo de esclarecimento sobre o que se passou. Em declarações à Antena 1, o bastonário dos Médicos, José Manuel Silva, lamentou a situação e adiantou que a Ordem irá abrir "imediatamente um processo disciplinar", se este ainda não tiver sido aberto.

O caso também vai ser investigado pelo Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa e pela Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte. Num comunicado conjunto, as duas entidades afirmam que a situação ocorrida entre 2010 e 2013 "nunca foi reportada" à administração do hospital. "O Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa, ao tomar conhecimento, pela comunicação social, da situação referida, respeitando naturalmente o segredo de justiça, de imediato mandou proceder à competente investigação, do mesmo modo que esta ARS vai mandar instaurar um processo de inquérito", referem.

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