Augusto Santos Silva insiste que os cortes de salários e pensões são "absolutamente extraordinárias" e espera que Bruxelas entenda que "Portugal, está empenhado em regressar à normalidade". O ministro dos Negócios Estrangeiros encontrou-se esta tarde com o vice-presidente do executivo comunitário Frans Timmermans, com quem discutiu formas de "aperfeiçoar" os canais de comunicação entre Bruxelas e o governo.."A Comissão Europeia está plenamente informada da situação portuguesa, quer da situação política, quer da situação económica, quer da situação orçamental. É preciso informar constantemente a Comissão sobre a situação social que se vive em Portugal e também dos aspetos jurídico constitucionais, que molda a situação social do país", disse o ministro..Santos Silva quer que se entenda em Bruxelas, que reverter a austeridade é "uma ideia que erroneamente se criou", quando o governo pretende repor a normalidade, em relação a medidas adotadas durante o período de assistência.."Foram medidas absolutamente extraordinárias que como tal foram entendidas pelo nosso Tribunal Constitucional. E, estamos todos, em Portugal, empenhados em regressar à normalidade, incluindo à normalidade constitucional", afirmou..Augusto Santos Silva desvalorizou ainda a forma como país tem sido visado nas declarações de governantes de outros estados-membros, por exemplo os avisos do ministro das Finanças alemão Wolfgang Schäuble, para que Portugal não enerve os mercados ou as declarações do primeiro-ministro Enda Kenny, que não quer que a Irlanda seja como Portugal. O ministro diz que valem o que valem.."Compreendo muito bem o que são declarações feitas num contexto de campanha eleitoral (...) e não lhes dou mais importância ou valor do que merecem e também acredito na livre expressão, incluindo a dos ministros de qualquer Estado-Membro", defendeu..*Em Bruxelas