O Tribunal da Relação de Lisboa (TRL) decidiu manter a juíza do processo que opõe Bárbara Guimarães e Manuel Maria Carrilho, ex-ministro da Cultura, em que a apresentadora acusa o político de violência doméstica. A decisão de manter Joana Ferrer Andrade foi tomada por maioria (2-1), tendo havido um voto de vencido..O voto contra foi do desembargador designado como relator do acórdão, Almeida Cabral, soube o DN. Como esse voto era contrário ao do juiz presidente da secção, Trigo Mesquita, e ao do outro juiz, Rui Rangel, acabou por ser este último a ficar com o papel de relator do acórdão.."No acórdão fazem-se considerações de que algumas observações da juíza nesse processo teriam sido evitáveis mas que, ainda assim, não afetam a imparcialidade do juízo", afirmou ao DN o presidente da Relação de Lisboa, Vaz das Neves..A defesa de Bárbara Guimarães apresentou um requerimento para a recusa da juíza, um requerimento semelhante entregue pelo Ministério Público (MP), depois da primeira audiência do processo e no seguimento de muitas críticas à forma como a juíza se dirigiu a Bárbara Guimarães. Houve também um pedido de escusa da própria juíza..Os juízes desembargadores julgaram improcedente os pedidos de afastamento da juíza apresentados por Bárbara Guimarães e pelo Ministério Público, tendo os incidentes sido apreciados em conjunto..[artigo:5103642].O MP tinha pedido a recusa pela existência de "motivo sério e grave, adequado a gerar desconfiança sobre a imparcialidade da magistrada judicial". Em causa estavam as considerações feitas por Joana Ferrer na primeira sessão de julgamento, quando a magistrada criticou em audiência a demora de Bárbara Guimarães em apresentar queixa contra Carrilho..Tratando sempre Bárbara Guimarães como "Bárbara" e Carrilho como "o professor", a juíza Joana Ferrer disse ainda frases como: "Ó Bárbara, causa-me nervoso ver mulheres informadas a reagirem assim. Se tinha fundamento, devia ter feito queixa", ou: "Confesso que estive a ver fotografias do vosso casamento e tudo parecia maravilhoso. Parece que o Professor Carrilho foi um homem, até ao nascimento da Carlota [a segunda filha do casal], e depois passou a ser um monstro. Ora o ser humano não muda assim"..Em atualização