CDS critica vídeo "infeliz" do PSD Lisboa sobre ciclovias
É um "vídeo infeliz". O vereador do CDS na câmara de Lisboa, João Gonçalves Pereira, critica o filme divulgado quinta-feira no Facebook pelo PSD da capital, em que os sociais-democratas criticam a construção de 210 quilómetros (60 já construídos, 150 previstos) de ciclovias na cidade.
"Durante cinco dias filmámos as ciclovias de Lisboa e contámos o número de bicicletas", refere o vídeo de um minuto, referindo que o PSD contou no total... cinco bicicletas. Uma contabilidade que está a provocar polémica nas redes sociais e que levantou uma dúvida ao vereador do CDS: "O PSD é contra as ciclovias? É contra a expansão das ciclovias?". João Gonçalves Pereira sublinha que os sociais-democratas estão a criticar algo que ainda não existe no terreno - "o plano das ciclovias ainda nem sequer foi apresentado" - e contrapõe que, na perspetiva do CDS "uma cidade como Lisboa deve ter ciclovias" - "A mobilidade suave é uma tendência positiva. Achamos é que esta aposta só devia ser feita quando a cidade tiver transportes públicos de qualidade, com boa cobertura e com previsibilidade nos horários ".
Este não é o único foco de crítica do CDS à iniciativa do PSD. O vídeo também aborda o programa de partilha de bicicletas lançado pela câmara, sustentando que as 1410 bicicletas públicas vão custar aos cofres da autarquia 28,9 milhões de euros. Uma crítica que deixou o vereador centrista "espantado". "O CDS sempre defendeu a existência de bicicletas na cidade, mas sempre criticou o modelo de negócio escolhido, enquanto o PSD ficou mudo e calado. É com espanto que vejo agora esta posição", diz o vereador centrista, questionando novamente: "São contra?".
A divulgação do vídeo foi acompanhada de um depoimento do presidente da concelhia de Lisboa do PSD, em que Mauro Xavier afirma que "há milhares de lisboetas que pagam os seus impostos e, pura e simplesmente, não conseguem circular dentro da cidade. Mas fizemos ciclovias". Para os sociais-democratas "numa cidade com sete colinas a questão da mobilidade não passa pela construção desenfreada de ciclovias".