Trump encesta com trapalhice de Cruz

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A América tem umas cartilhas (há quem lhes chame filmes) que servem para nos ensinar a ser homens. O realizador Frank Capra foi o maior dos pedagogos à João de Deus de Hollywood, mas muitos houve - de enormes (John Ford, Howard Hawks...) a menores como David Anspaugh, que é aquele a que, aqui, me dá jeito chegar. Anspaugh fez o filme Hoosiers, em 1986, sobre um tema já tratado por Homero: um homem (Gene Hackman), já razoavelmente derrotado pela vida, vai treinar a equipa de basquetebol de um lugar perdido no estado de Indiana. A história, além de se inspirar na Odisseia, bebe no facto real de uma equipa de liceu de uma cidadezinha de Indiana ter chegado a campeã estadual. Estão a ver o Indiana? Não estão, ninguém está a vê-lo, atravessa-se para chegar a Chicago e pronto. Desconhecido, o Indiana agarra-se ao basquetebol - nenhum estado teve mais jogadores per capita na NBA. E Hoosiers (que é, aliás, o nome dos locais) é um filme capital em Indiana. O candidato Ted Cruz anda pelo estado em campanha. As primárias são, lá, na terça-feira e se Trump ganha está tudo perdido para Cruz. Este, claro, fartou-se de dizer que é fã do filme Hoosiers. Mas, num discurso (e num pavilhão de basquete!), ele chamou anel (ring) ao aro (rim) do cesto de basquetebol. Escândalo!!! Nada que o beato Cruz não mereça, mas seria paradoxal Donald Trump, o das palavras absurdas, chegar a presidente por causa de um defeito de pronúncia alheio.

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