As autoridades turcas decidiram suspender mais de 12 mil polícias por alegado vínculo a redes da organização liderada por Fetullah Gulen, que Ancara acusa de estar por detrás do golpe militar falhado de julho, avança hoje o jornal Haberturk..O diário, próximo do Governo turco, indicou que a decisão foi tomada pouco depois da meia-noite e será transmitida hoje aos polícias implicados, que estão divididos pelas 81 províncias do país..No entanto, o maior número concentra-se em Ancara (1.350), Izmir (570), Diyarbakir (650) e Hakkari (350)..Entre os agentes suspensos há vários altos cargos, acrescenta o jornal, que explica que a Direção de Segurança investigará cada um deles e que serão despedidos se se verificar o seu vínculo à irmandade de Gulen..[artigo:5420590].Segundo informou recentemente o ministro turco da Justiça, Bekir Bozdag, nos dois meses e meio que passaram desde o golpe fracassado de 15 de julho, cerca de 70 mil pessoas foram suspensas dos seus cargos, a maioria públicos, e 35 mil foram detidas ao abrigo da lei do estado de emergência..Bozdag explicou que estas medidas foram tomadas no âmbito das investigações judiciais para apurar as responsabilidades pelo golpe..O Conselho de Ministros da Turquia decidiu, na terça-feira, prorrogar por mais 90 dias o estado de emergência proclamado a 20 de julho..O Presidente, Recep Tayyip Erdogan, declarou na quinta-feira que pode ser necessário alargar esta situação "até 12 meses" para combater a rede de simpatizantes de Gulen, que vive nos Estados Unidos desde 1999, motivo pelo qual Ancara pediu a Washington a sua extradição..Ao abrigo do estado de emergência, o Governo tem poder para emitir decretos com força de lei, suspender liberdades e direitos fundamentais, impor obrigações financeiras e laborais aos cidadãos e conferir poderes especiais aos funcionários, sem que estas decisões possam ser recorridas junto da Justiça.