Governo enfrenta segunda greve geral em menos de um mês
Cerca de 1.500 pessoas manifestaram-se hoje em Atenas durante mais uma greve geral decretada pelas principais sindicatos contra os cortes orçamentais acordados entre o governo e os credores internacionais.
O protesto nas ruas de Atenas decorreu de forma pacífica, excetuando o momento em que um grupo de jovens fez estourar uma série de petardos frente ao Ministério das Finanças e do Parlamento.
A intervenção da polícia no centro da cidade acabou por dispersar a manifestação que decorreu em plena paralisação laboral decretada pelos sindicatos.
Os principais sindicatos gregos convocaram para hoje a greve geral, a segunda em menos de mês, em protesto contra os cortes impostos pelo terceiro resgate, em especial contra a reforma das pensões acordada entre o governo de Alexis Tsipras e os credores internacionais.
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As duas confederações sindicais mais significativas, a Adedey do setor público e a GSEE do setor privado, convocaram os trabalhadores a apoiar a segunda paralisação contra as políticas de austeridade, principalmente contra o sistema de pensões que contemplam cortes e subida dos impostos.
Alguns setores que anunciaram a participação na greve como os médicos, os enfermeiros e os trabalhadores hospitalares asseguram os serviços mínimos durante o dia.
Advogados e professores também aderiram à greve assim como o setor dos transportes.
As embarcações vão permanecer nos portos e os comboios estão parados em todo o país mas a paralisação é parcial nos serviços de metropolitano, elétricos e autocarros urbanos.
Os transportes aéreos vão parar durante quatro horas prevendo-se atrasos em alguns voos.
Os trabalhadores dos meios de comunicação social aderiram ao apelo dos sindicatos e, por isso, estiveram em greve na quarta-feira.
Durante 24 horas, não se realizaram noticiários de televisão e de rádio, os jornais digitais não atualizaram as notícias e a imprensa escrita não preparou a edição dos jornais que deveriam ser publicados hoje.
Esta é a segunda greve geral que o governo do Syriza enfrenta num período de pouco mais de três semanas.
No dia 12 de novembro, os sindicatos organizaram a primeira paralisação geral contra o governo de esquerda, liderado por Tsipras, e que registou uma forte adesão sobretudo do setor público.
Hoje, os sindicatos protestam contra a reforma do sistema de pensões que foi imposta pelos credores internacionais ao governo de Atenas.
O executivo comprometeu-se a poupar entre 2015 e 1016 o valor correspondente a um por cento do Produto Interno Bruto (PIB) com as pensões.
A medida vai implicar cortes nas pensões suplementares que constituem uma parte fundamental dos ordenados mensais de muitos reformados, além da subida dos impostos.