Câmara de Comércio Luso-Mexicana pretende levar mais de 30 empresas ao México até 2018

A Câmara de Comércio e Indústria Luso-Mexicana (CCILM) tem como objetivo até 2018 levar ao México mais de 30 empresas portuguesas e trazer, pela primeira vez, empresários mexicanos a Portugal, disse à Lusa o presidente, Miguel Gomes da Costa.
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"Até final de 2018, o objetivo é ultrapassar o número de 30 empresas a ir ao México" em missão empresarial, afirmou, acrescentando que, "pela primeira vez", virão "empresários mexicanos" a Portugal, o que terá lugar entre final de janeiro e início de fevereiro do próximo ano.

A vinda de empresários mexicanos visa "não só poderem olhar para o mercado português, mas também abrir a possibilidade de estabelecerem parcerias", adiantou Miguel Gomes da Costa, que destacou a importância de Portugal junto daquele país.

"Portugal é importante para o México não só para entrar no mercado europeu, mas também nos países africanos de língua portuguesa, nomeadamente Angola e Moçambique", acrescentou o presidente da CCILM.

O mercado português "é um veículo de entrada" para a Europa e África e a recente visita do Presidente da República ao México ajudou "a reforçar as relações" entre os dois países, considerou.

"As viagens de representantes do Governo e do Presidente da República são importantes para a aproximação das relações", destacou o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Mexicana.

Nos últimos três anos, a CCILM avançou com dois projetos de internacionalização apoiados pelo Compete e Portugal 2020, que teve como objetivo levar as pequenas e médias empresas (PME) a promover os seus produtos e criar parcerias.

"O primeiro projeto foi em 2014/2015, em que levámos 11 empresas de tecnologias de informação, comunicação e eletrónica" ao México, cuja missão "resultou bastante bem".

Em 2015/2016, a missão empresarial contou com 20 empresas das tecnologias de informação focadas em dois setores: automóvel e aeroespecial, duas áreas "bastante importantes para o México".

Agora, "vamos lançar um novo projeto de internacionalização", que decorre entre este ano e 2018, com "a aposta nas tecnologias industriais e no agroalimentar", sendo que esta última área tem também "grande potencial", explicou.

Por exemplo, "os vinhos portugueses são bastante apreciados no México, mas pouco divulgados", o que significa que "há aqui uma grande oportunidade", disse.

Para o período 2017/2018 estão previstas três missões empresariais: uma missão portuguesa ao México "no início de novembro", depois a vinda de empresários mexicanos a Portugal (no início do ano) e uma nova ida de empresas portuguesas ao mercado mexicano em abril.

Além disso, "está também prevista a participação" de Portugal numa feira no México.

"A economia mexicana continua com um crescimento sustentado, tem uma situação política estável e tem a possibilidade de se aproximar do Brasil", considerou.

Miguel Gomes da Costa disse ainda que tem "expectativas muito positivas" sobre as missões empresariais ao México e da vinda de empresários mexicanos a Portugal, salientando que a Câmara de Comércio está a trabalhar com a Agência para o Investimento e Comércio Externo (AICEP) de Portugal, bem como com a sua congénere mexicana.

Nos primeiros cinco meses do ano, as exportações de bens portugueses para o México subiram 45,1% para 11,3 milhões de euros e as importações recuaram 34,6% para 29,1 milhões de euros, representando um saldo da balança comercial favorável para Portugal em 81,1 milhões de euros.

Em 2016, o México era o 25.º cliente de Portugal e o seu 36.º fornecedor.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), em 2012 havia 524 empresas exportadoras para o México, sendo que no final do ano passado totalizavam 740.

Portugal era o 51.º cliente do México em 2016 e o seu 42.º fornecedor.

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