Novo Banco quer vender ativos não estratégicos por 700 milhões

GNB Vida, Oi, Pharol e Ascendi entre as participações a alienar
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A venda de ativos imobiliários e a alienação de participações financeiras fazem parte dos objetivos estratégicos do Novo Banco para este ano e serão trunfos para atrair investidores. O banco espera encaixar 700 milhões de euros com estas vendas e a longo prazo reduzir a totalidade destes ativos considerados não estratégicos para menos de metade.

A intenção do banco liderado por Eduardo Stock da Cunha é manifestada numa apresentação feita aos potenciais investidores que queiram comprar o Novo Banco, enviada ontem à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Depois de apresentar os principais indicadores do último ano (em que registou prejuízos de 981 milhões), o Novo Banco dedica um capítulo ao processo de reestruturação que está a ser levado a cabo e que inclui o já noticiado encerramento de 170 balcões e a redução da força de trabalho em mil trabalhadores.

O plano inclui também a venda dos ativos não estratégicos, que foram transferidos para o chamado side bank e que são para vender. Entre eles, estão os ativos imobiliários, a seguradora GNB Vida, as participações na Oi, Pharol e Ascendi e as operações internacionais do Novo Banco, à exceção da participação em Espanha. Ao todo, refere o Novo Banco, estes ativos ascendiam no final de 2015 a 10,8 mil milhões de euros.

Ao mesmo tempo, o Novo Banco prevê uma "desalavancagem ordenada para maximizar o seu valor". Isto inclui o desinvestimento em empresas e operações internacionais, bem como em fundos de reestruturação. O banco tem intenção de se focar no mercado nacional e vai procurar descer os custos de financiamento, atrair novos clientes com perfis de baixo e médio risco e reforçar a presença junto de pequenas e médias empresas.

O Novo Banco espera reduzir o peso total destes ativos não estratégicos para nove mil milhões de euros até ao final deste ano. A longo prazo, o objetivo é baixar para 4,6 mil milhões de euros.

Este documento é divulgado no mês em que a venda do Novo Banco foi relançada. O processo será feito, numa primeira fase, "em duas vias paralelas": uma de venda direta a investidores e outra de dispersão no mercado de capitais. Em ambos os casos, serão privilegiados investidores institucionais que já tenham presença no setor financeiro. "A escolha final da via a seguir será feita em momento futuro" e, para já, está a ser realizada uma "consulta junto de investidores estratégicos e institucionais que possam estar interessados em participar".

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