Relatórios sobre "confusão" implicam os dois presidentes

Arouca e Sporting trocaram acusações, mas delegados não reportaram agressões. Conselho de Disciplina analisa esta segunda-feira o caso.
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Os presidentes do Sporting e do Arouca foram implicados, pelos delegados da Liga ao jogo de domingo, em Alvalade, na "confusão" que se gerou no túnel de acesso aos balneários no final do jogo. No entanto, os documentos não referem agressões, ou tentativas, denunciadas pelos arouquences e desmentidas pelos leões.

Segundo soube o DN, os delegados da Liga designados para o encontro reportaram o incidente, mas não mencionaram qualquer confronto físico, mas sim uma enorme confusão, com gritos e insultos à mistura, envolvendo vários agentes desportivos de ambos os clubes, entre eles os presidentes Bruno de Carvalho e Carlos Pinho, a quem os delegados terão imputado o início da confusão.

Já o relatório do árbitro, Carlos Xistra, nada refere sobre o incidente. E por isso as imagens de videovigilância vão ser decisivas. Ao contrário das primeiras informações passadas, há imagens dos incidentes de domingo junto aos balneários e serão enviadas para a PSP, para a Liga e para a Federação, caso sejam pedidas ao Sporting...

Tudo depende da reunião do Conselho de Disciplina, da Federação, desta tarde, onde serão analisados os relatórios dos delegados e do árbitro. E só depois será decidido se pedem à Comissão de Instrução e Inquérito (CII) da Liga a abertura de um processo. O que deve ser inevitável face às graves acusações mútuas e ao conteúdo dos relatórios dos delegados.

E só depois de o Conselho de Disciplina passar a bola à CII, esta poderá requerer imagens e testemunhos.

Caso no Ministério Público

A Polícia de Segurança Pública (PSP) confirmou que foi chamada no domingo à "zona técnica" do estádio José Alvalade e identificou "alguns agentes desportivos" após o jogo entre Sporting e Arouca. "Foram enviadas equipas policiais para a zona técnica, uma delas de intervenção rápida. Foi elaborado o expediente relativo ao incidente e identificados alguns agentes desportivos", explicou o subcomissário da PSP Hugo Abreu, sem avançar quem foi identificado. No entanto, pelo menos o Sporting pediu para que fossem identificados o presidente do Arouca, Carlos Pinho, o direttor desportivo Joel Pinho e o futebolista Velázquez (por tentativa de agressão a um elemento do Sporting).

Seja como for o relatório policial, além de seguir para a CII da Liga seguirá também para o Ministério Público.

O que esteve na origem do caso?

Segundo um vogal da direção do Sporting, tratou-se de uma vingança prometida no início do jogo do ano passado, em Arouca: "'Slimani, aos 90', acabaria por dar a vitória ao Sporting, tendo o presidente do Arouca e a sua mulher levantado e proferido mais uma série de grosserias que não transcreverei para não ser bloqueado no Facebook. Em jeito de despedida terminou com um 'não perdem pela demora'. Demorou 364 dias. Ele bem avisou", concluiu Luís Gestas.

Mas parece que não há jogo entre os dois clubes que não termine em confusão. Em 2013 o Arouca ameaçou pedir a repetição do jogo, devido à alegada utilização irregular de Rui Patrício. O guarda-redes tinha sido expulso num particular e apanhado um jogo de castigo... que cumpriu na equipa B.

Depois houve o caso do empréstimo de Fokobo, com Carlos Pinho, em 2015, a explicar que não pagou o empréstimo porque os leões tinham adiado um acerto de contas. O Sporting não gostou e voltou atrás no empréstimo de Iuri Medeiros. E no ano passado, o caso do empurrão de Naldo a Lito Vidigal que levou à suspensão do central.

E há ainda um desentendimento de Joel Pinho e Manuel Fernandes, num jogo do Sporting B, há quatro anos.

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