Os Oito Odiados
Quentin Tarantino nunca quis agradar a gregos e troianos. Muito menos a John Ford, se fosse vivo, como diz em entrevistas - embora a sequência inicial de Os Oito Odiados tenha remotas semelhanças com o Cavalgada Heróica... Foi mais na pegada do italiano Sergio Leone que partiu à conquista do western, o segundo, devendo chegar à trilogia, como é de sua expressa vontade.
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De Os Oito Odiados (o seu oitavo filme), o mínimo que se pode dizer é que apresenta tonalidades ainda mais fortes que os anteriores, como que a testar o cabedal dos admiradores... Mas o que pode significar um "mais" na obra de Tarantino? Mais concentração e brutalidade nos diálogos, mais substrato histórico, mais ansiedade e mais sangue. A juntar a tudo isto, a banda sonora original do veterano Ennio Morricone, e uma das mais inesquecíveis interpretações de Samuel L. Jackson, em toda a sua filmografia. O realizador reencontra-se com a estrutura do primeiro filme, Cães Danados (1995), reunindo um grupo de estranhos para, entre eles, instalar a desconfiança, o espírito detectivesco e a violência orquestrada. É inigualável.
Classificação.*****