A estreia foi um sucesso. Ao papel de Teresa de Albuquerque seguir-se-iam outros filmes como A Vizinha do Lado, também de Lopes Ribeiro, Camões, de Leitão de Barros ou Três Espelhos, de Ladislao Vadja. No papel de heroína tão ingénua como trágica, recebia milhares de cartas de admiradores. Eles dirigiam-lhe declarações de amor, elas faziam-lhe confidências e pediam conselhos. Muitos anos mais tarde, em entrevista a Ana Sousa Dias (transmitida pela RTP) a atriz recordaria em particular uma dessas cartas em que uma jovem lhe dizia: "A Carmen, que já morreu de amor, talvez compreenda o meu caso."
Em 1945, estreava-se também no teatro, em papéis bem mais exigentes do que os oferecidos pelo Cinema português da época. Integrou a companhia Comediantes de Lisboa, dirigida por Lopes Ribeiro e seu irmão, Ribeirinho, formada por grandes nomes da época como Lucília Simões, Maria Lalande, João Villaret ou António Silva. À peça de estreia, Electra, a Mensageira dos Deuses, de Jean Giraudoux seguir-se-iam, entre outras Fim do Caminho, de Jean Giorno ou O Cadáver Visto, de Tolstoi, já como protagonista, ao lado de Villaret. Carmen daria tal conta de si que, na época de 1951-52, entraria na Companhia Rey Colaço-Robles Monteiro, sediada no Dona Maria II, e aí interpretou textos de Gil Vicente, Garrett, Pirandello, Luiz Francisco Rebello ou António Ferreira. A menina ingénua de modos hesitantes cedera lugar à mulher de teatro decidida a ir mais longe do que a mesquinhez do meio cultural da época recomendava.
Consciente já do poder transformador do teatro, no princípio da década de 1960 forma, com outros profissionais como Fernando Gusmão, Ruy de Carvalho, Rogério Paulo e Armando Cortez, a Companhia Teatro Moderno de Lisboa que, por escolha dela, se instalou no então novo Cineteatro Império, na Alameda Dom Afonso Henriques. O repertório escolhido (que ia de Strindberg a Steinbeck) incomodava o regime. Depois de uma muito polémica encenação da peça de José Cardoso Pires, O Render dos Heróis, foi-lhes recusada autorização para encenarem Os Porquinhos da Índia, de Ivan Jamiaque. Na falta desse espetáculo, a Fundação Gulbenkian cortou-lhes o subsídio de que dependiam e a companhia encerrou portas. Nos anos seguintes voltou à rádio e participou em dezenas de noites de teatrais transmitidas semanalmente, nas décadas de 60 e 70, pela RTP.