Os franceses chamam ao tutano l"os à moelle e consideram-no uma iguaria. Ora, L"Os à Moelle é o nome do restaurante francês em Lisboa que Laurent Goater, diretor de uma grande empresa portuguesa e a viver por cá há três décadas, escolheu para a nossa conversa sobre a sua mais recente aventura: tentar ser eleito deputado à assembleia nacional francesa nas legislativas do verão deste ano. Concorre por um dos assentos reservados à diáspora, que representa as comunidades emigrantes francesas de Portugal, Espanha e Andorra. Ah, "e também do principado do Mónaco", faz questão de acrescentar Laurent, que entretanto já me apresentou os compatriotas Éric Charlet, o chef, e Patricia Charlet, a chefe de sala. Um casal de franceses que apostou em Portugal para abrir um restaurante de boa comida, não só da sua Alsácia, mas de toda a França. "Há aquela ideia muito forte de uma França una que vem dos ideais da Revolução de 1789, mas na realidade há muitas Franças e é essa diversidade que dá força ao nosso país", sublinha o meu interlocutor, que sei bem ser bretão, além, claro, de orgulhoso cidadão francês.