Dezenas de velhas fotografias a preto e branco de mulheres jovens, na casa dos 30 anos, estão expostas em vitrinas, cada uma com uma pequena nota biográfica em cazaque, russo e inglês. De repente, as estatísticas do terror vermelho, sobretudo dos anos de Estaline como líder da União Soviética, ganham neste antigo gulag tanto rostos como nomes: calcula-se que 18 mil prisioneiras passaram por ALZHIR, acrónimo em russo para Campo de Akmola para Mulheres dos Traidores à Pátria, nos 28 anos de funcionamento. Entre elas estiveram, lembra o museu construído no local do gulag, "Nikolaeva Shubrikova, russa de Leninegrado, nascida em 1905, mulher de Vladimir Shubrikov, primeiro-secretário de uma secção regional do Partido Comunista", "Raisa Mamayeva, ucraniana de Kaluga, nascida em 1900, mulher de Ivan Mamayev, conselheiro militar soviético", "Maria Minkina, judia bielorrussa, de Gomel, nascida em 1904, mulher de Jacob Bronstein, secretário da União de Escritores da Bielorrússia" ou "Damesh Zhurgeneva, cazaque de Karkalinsk, nascida em 1905, mulher de Temirbek Zhurgenev, comissário da Educação da República Socialista Soviética do Cazaquistão".