Desportos
15 abril 2020 às 17h53

Sporting falhou pagamento da primeira prestação de Rúben Amorim ao Sp. Braga

Clube leonino devia ter pago os cinco milhões de euros relativos à primeira prestação no dia 6 de março. Fonte do Sporting reconhece dívida e justifica atraso pelo atual contexto de pandemia, que obriga a uma opção de gestão de suspensão de pagamentos

O Sporting devia ter pago cinco milhões de euros (mais juros) ao Sp. Braga relativo à primeira prestação da transferência de Rúben Amorim, no dia 6 de março, mas segundo o DN apurou falhou esse pagamento. O clube minhoto, contactado pelo nosso jornal, remeteu explicações para o emblema leonino, que ao DN justificou a medida com a grave situação financeira derivada do atual contexto de pandemia, que inclusivamente levou o clube a entrar em lay-off nesta quarta-feira.

"Num período em que o Sporting está a fazer lay-off há uma opção de gestão de suspensão de pagamentos. Tem a ver com a situação anormal de pandemia que vivemos e que afeta os clubes e o Sporting não é exceção. Não é uma situação única e unilateral, o próprio Sporting já foi informado do corte de pagamento por parte de alguns fornecedores, por exemplo. Perante esse cenário foi tomada uma decisão de suspensão de pagamentos. Claro que a dívida existe e o Sporting reconhece-a, mas é uma questão para ser analisada após o lay-off", explicou ao DN fonte do clube de Alvalade, precisamente no dia em o emblema leonino decretou lay-off para os funcionários.

No início de março o clube de Alvalade, liderado por Frederico Varandas, avançou para a contratação do treinador da equipa minhota, pagando a cláusula de rescisão no valor de 10 milhões de euros. Rúben Amorim mudou-se assim de Braga para Alvalade no dia 5 de março, depois de assinar um contrato válido até 2023 e ficar com uma cláusula de rescisão no valor de 20 milhões de euros.

A primeira prestação do negócio, mais os juros, devia ter sido liquidada um dia depois da apresentação do jovem técnico de 35 anos em Alvalade, tal como a SAD bracarense explicou na altura em comunicado. "Duas prestações de 5.000.000,00€ (cinco milhões de euros) cada uma, a primeira até ao dia 6 de março de 2020 e a segunda até ao dia 5 de setembro de 2020. Pelo diferimento até esta data do pagamento correspondente à segunda prestação a Sporting Clube de Portugal - Futebol, SAD obrigou-se a pagar à Sporting Clube de Braga - Futebol, SAD a quantia adicional correspondente a juros calculados à taxa de 6% ano até pagamento efetivo e integral que se acontecer apenas a 5 de setembro de 2020 se fixaram desde já em 155.000,00€ (cento e cinquenta e cinco mil euros). A quantia referente ao IVA será paga, integralmente, até ao dia 30 de março de 2020", pode ler-se no comunicado do clube minhoto enviado à CMVM no dia 5 de março.

O Sporting falhou o pagamento no dia 6, ainda antes de as competições pararem (12 de março) e o estado de emergência ser decretado e o lay-off entrar em ação (dia 18 de março).

As dificuldades financeiras do clube de Alvalade não são uma novidade e têm marcado a gestão de Frederico Varandas. Segundo o Relatório e Contas de 28 de fevereiro, relativo ao primeiro semestre da época 2019-20, a SAD do Sporting apresentou um resultado líquido positivo de 2,8 milhões de euros, uma redução face aos 23,6 milhões do período homólogo.

A confirmação do lay-off do clube leonino em relação aos funcionários, anunciada nesta quarta-feira, segue-se a uma outra medida de contenção de custos - existiu um acordo com os futebolistas profissionais da equipa de futebol para uma redução salarial de 40% nos meses de abril, maio e junho. E também ao corte para metade dos vencimentos dos administradores da SAD leonina, também durante estes três meses.