Viver
03 maio 2021 às 05h00

Yakuza Lisboa reinventado. O japonês da marca Olivier que não é só para fãs de sushi

O novo espaço mudou-se há dias para as traseiras da Av. Liberdade. Mais sumptuoso que o anterior do Príncipe Real, tem uma carta muito mais variada onde se misturam os sabores mediterrâneos com a tradição oriental.

Há um novo restaurante em Lisboa com a marca Olivier que promete agitar este verão, sobretudo agora que as restrições foram levantadas em grande parte e já é possível almoçar ou jantar dentro de um espaço, embora ainda com limite de horas, num local com o que de melhor a fusão entre o Oriente e o Ocidente têm para oferecer em termos de criações de pratos exclusivos.

O Yakuza Lisboa by Olivier, um dos primeiros restaurantes construídos de raiz nos tempos pós-pandemia, mudou-se do Príncipe Real para as traseiras da Avenida da Liberdade (Hotel Avani, na Rua Júlio César Machado), para o espaço onde funcionava o Oliver Avenida. Acabou por ser uma feliz coincidência. O senhorio do antigo espaço pediu as chaves de volta e Olivier pôs mãos à obra. Na verdade, tratou-se de um regresso às origens, pois foi aqui que começou em 2011, mudando depois em 2015 para o 1.º andar da antiga Real Fábrica das Sedas, na Rua da Escola Politécnica.

"Tinha mais opções, mas como o Olivier Avenida já estava com 17 anos e precisava de ser remodelado, decidimos abrir aqui o novo Yakuza. Começámos a obra em junho do ano passado e levou seis meses a fazer. O confinamento acabou por ser ótimo, porque deu-nos tempo para fazer e pensar as coisas com calma. E surgiu este espaço espectacular", conta ao DN o restaurateur.

Quem pensa que aqui só se come sushi está redondamente enganado, porque a nova carta foi idealizada a pensar também no cliente que não gosta de crus. Por isso a ementa é variada, com vários pratos novos, casos do lombo de merluza no miso (42 euros), preguinho yakuza (22) em pão brioche com cogumelos ou do lombo spicy teriyaki (28) ou a pata de caranguejo grelhada com molho miso (45).

Oliver da Costa reforça que este foi o maior investimento que fez nos seus 25 anos no ramo. E faz questão de vincar que não se limitou à confeção dos pratos. "Gosto de estar presente e ter uma palavra em tudo, e por isso também o fiz na decoração do espaço. Diria que 80% é minha responsabilidade. Sou eu que digo onde quero o bar, como quero o chão, mas com ajudas, claro", diz.

O novo espaço inaugurado no dia 19 de abril não tem nada a ver o Yakuza do Príncipe Real, embora tenham sido recuperadas algumas peças do anterior, como o samurai colocado estrategicamente à frente da porta de entrada e a tela com motivos orientais mantém-se sobre o balcão de sushi, por cima do espaço onde o cliente pode assistir à preparação dos pratos.

Logo à entrada, no hall, estão expostas algumas fotografias com Olivier ao lado de convidados ilustres, clientes dos seus espaços de restauração, casos de Cristiano Ronaldo, Luís Figo ou do ator britânico Christian Bale. Logo à entrada sobressai um sushi bar com balcão onde é possível tomar uma bebida descontraidamente antes de se sentar para jantar - um Mojito Yakuza, um Yoshi ou simplesmente um chá. "Temos cocktails ótimos e duas barmaide de top mundial", atira Olivier, chamando a atenção para o pormenor do gelo transparente e esculpido.

Apesar das restrições, "a procura tem sido muito acima das expectativas". "As pessoas estão com vontade de sair, descontrair, de jantar e almoçar fora. A marca também já era forte, mas o restaurante está espectacular. Fizemos uma grande melhoria em termos de espaço e também na qualidade. O outro espaço já estava algo velho e tornava-se difícil em termos de manutenção", descreve o empresário.

Voltando à carta, Olivier reforça que neste novo Yakuza houve uma grande preocupação na vertente dos pratos quentes, "a pensar nos clientes que não gostam do cru". "Criámos a pata de caranguejo grelhada com molho (45 euros), o lombo de merluza no mizo (42), vieiras e cogumelos (21), o lombo spicy teriyaki (28), temos uma salada de lavagante (32). Há uma enorme variedade", refere como alguns exemplos.

Na carta mantêm-se os conhecidos nigiri de barriga de atum, de peixe branco e salmão, entre outros, com opções de caviar. Há ainda os aveludados makisushi califórnia (camarão, salmão, pepino e manga), spider roll (carangueijo, salmão, abacate, alho francês e rabano), ura veggie (espargos, cenoura, alface e batata doce). Do Yakuza Lisboa faz ainda parte a inevitável Robata: sobre a grelha japonesa estão, entre outros, o tori no tebasaki (asinhas de frango com flor de sal e lima) e o kohitsuji (costeletas de borrego com flor de sal e la-yu). Um espaço que vale a pena visitar. Para um almoço de negócios ou um jantar romântico.

nuno.fernandes@dn.pt