Mulher, portuguesa e agora também cientista-astronauta - a primeira

Já lá vão alguns anos desde que Ana Pires levantou os pés da terra. Foi das rochas até à paixão pelo espaço e chegou à NASA.

Nem a NASA ficou indiferente ao talento e à ambição de Ana Pires. Já vestiu o célebre fato branco da cabeça aos pés, já sobrevoou a mesosfera e até testou a conhecida força G. No feminino, foi a primeira a levar Portugal até ao programa PoSSUM da agência espacial norte-americana, onde receberia o diploma que lhe daria o título de primeira cientista-astronauta portuguesa neste curso.

Entre as centenas de candidaturas, lá estava ela, como uma das 12 pessoas selecionadas para o programa de investigação PoSSUM da NASA, lecionado na Florida, EUA, que incide sobre o tema "Ciência suborbital polar na alta mesosfera".

A paixão pelo espaço nasceu depois da paixão pelas rochas, pelo mar e pela robótica. Ana Pires é licenciada em Engenharia Geotécnica e Geoambiente pelo Instituto Superior de Engenharia do Politécnico do Porto (ISEP). Mais tarde, às rochas juntou a robótica, com um mestrado em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores. E, atualmente, é investigadora no Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência ( INESC TEC), onde desenvolve projetos de mineração subaquática.

Em outubro deste ano, receberia o diploma da agência espacial norte-americana e o título de primeira mulher portuguesa cientista-astronauta no PoSSUM. Partilhou numa turma com engenheiros aeroespaciais, astrofísicos, médicos e pilotos vindos de vários cantos do mundo. O curso tinha como objetivo preparar os formandos para voos espaciais suborbitais como cientistas e formar precisamente cientistas-astronautas.

Durante mais de um mês, foi-lhes dada a "oportunidade de simular uma missão, com utilização de um fato especial, treinos em aviões de acrobacia aérea de habituação às forças G e treinos na câmara hiperbárica para que os efeitos de hipoxia pudessem ser observados", contou, em comunicado.

A portuguesa acredita que este pode ser "o primeiro passo para continuar uma formação especializada na indústria espacial". "Existem inúmeros cursos no âmbito deste programa e eu estou muito interessada em continuar a trabalhar e continuar a perseguir este sonho", pode ler-se.

Apesar de ter sido a primeira mulher portuguesa inserida neste programa, não foi a primeira vez que um português esteve nesta lista de formandos. Também o português Rui Moura passou por esta experiência. Ana Pires viria a concorrer cerca de dois anos mais tarde.

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