Opinião da direçãoJulgar na coutada do macho ibéricoPouco do que a socióloga Isabel Ventura conclui no estudo sobre decisões judiciais em casos de violação tem real capacidade para surpreender. Ao ler algumas das passagens citadas nesta edição, recuperamos notícias antigas e casos esquecidos. No fundo, o que este trabalho faz é sistematizar e dar um enquadramento científico a algo que conhecemos há muito.
Opinião da direçãoMudar de vida, de nome, de sexoJúlia, Daniela, Letícia, Francisca, Andreia, André e Lourenço têm uma coisa em comum: não se identificavam com o género com o qual nasceram e agiram para mudar de forma a ficarem mais próximos daquilo que era a imagem que gostariam de projetar. São apenas meia dúzia entre os mais de 500 portugueses que nos últimos seis anos mudaram de nome e/ou de sexo. Mas ainda que a lei aqui lhes permita ir muito mais além do que se tivessem nascido em quase qualquer outro lugar do mundo, dizem que ainda falta dar passos importantes.
Opinião da direçãoDiplomacia não rima com pressaTomar "boa nota" é muito provavelmente tudo o que Portugal pode e deve fazer a esta altura, na ressaca diplomática do caso Skripal. A diplomacia portuguesa não tem por hábito reações precipitadas e se há algo que pode explicar a dissonância entre a dimensão geográfica do país e a sua projeção de força e influência na cena diplomática mundial - a eleição de António Guterres é o grande exemplo - é precisamente a capacidade de manter canais de diálogo abertos com todos.
Opinião da direçãoA cultura geral começa além do inglês, oh là làVou a Paris dentro de dias com a família. Tenho a sorte de ter aprendido francês na escola, de ser casado com alguém que foi educada na Suíça francesa e de ter um filho adolescente que frequenta há anos a Alliance Française. Só a minha filha mais pequena precisará assim de ajuda para se fazer entender em França. Vem isto a propósito de uma entrevista hoje no DN com Marie-Laure Poletti, coautora do livro E o Mundo Falará Francês. Diz a académica que "o francês é uma alternativa à globalização à americana" e sublinha que em África, por exemplo, o inglês poderá não ser a melhor arma de comunicação, como parece já terem percebido as empresas chinesas que investem no continente. Melhor usarem o francês.
Opinião da direçãoA guerrilha política no PSDNão há regra escrita que obrigue ao respeito e solidariedade de um partido inteiro por uma liderança recém-eleita. Os estados de graça não se decretam e, no fim do dia, cabe ao novo líder afirmar-se, marcar a agenda política e fazer o seu caminho. Vem esta conversa a propósito de Rui Rio e do clima de guerrilha interna que está a enfrentar no PSD.
Opinião da direçãoEstamos de acordo!A política aos olhos dos eleitores é uma coisa e aos olhos dos eleitos é outra coisa completamente diferente. Não é de agora, mas a chegada de Rui Rio à liderança do PSD veio lembrar-nos a todos que o bem comum é sempre superior ao interesse de cada um.
Opinião da direçãoAceitar as diferençasNuma das reuniões do European Muslim Network, que reúnem em Bruxelas speakers de todos os países, discutia-se há tempos a islamofobia, com descrições vívidas sobre os maus-tratos sentidos na Turquia, na Alemanha, em Espanha, em França, na Bélgica. Até que um relato destoou dos demais: "Vivo em Portugal há mais de 50 anos e ali tratam-me como amigo. Não sou o outro, sou o deles, embora saibam que tenho uma religião diferente. Nunca senti isso a que chamam islamofobia." Eram as palavras de Abdool Vakil que espantavam de tal forma a audiência que chegaram a perguntar-lhe se Portugal era o paraíso.
Opinião da direçãoBrilhante Moon Graças a Moon Jae-in, os Jogos Olímpicos de Inverno em Pyeongchang foram um sucesso, reafirmando o prestígio internacional da Coreia do Sul como país desenvolvido dinâmico, próspero e democrático. O presidente sul--coreano conseguiu não só que a Coreia do Norte suspendesse as atividades militares e a retórica agressiva como foi ainda capaz de organizar uma equipa unificada coreana, sob uma única bandeira. E, aproveitando a visita de altas figuras do regime norte-coreano, criou as condições para um encontro em abril com Kim Jong-un, que será apenas a terceira cimeira intercoreana desde a divisão da península no final da Segunda Guerra Mundial.
Opinião da direçãoRecorda-se do Koweit?Contaram-me que parte do buffet do Dia Nacional do Koweit foi distribuído pelos sem-abrigo, há umas semanas. E pelo terceiro ano consecutivo, desde que o atual embaixador chegou a Lisboa em 2016 e - vivendo no Hotel Tivoli à espera de que se completassem as obras na residência oficial - ficou impressionado com o trabalho da Comunidade Vida e Paz na Avenida da Liberdade. Ora, este, já sabia eu e graças ao próprio DN, é um diplomata fora do comum. Em 2016, numa reportagem de Pedro Sousa Tavares sobre a logística das embaixadas o título foi "Da honra de ter em Lisboa o príncipe do Koweit ao chef português da França". Estava desfeito o segredo. O xeque Fahad Salim al-Sabah, que entretanto entrevistei, pertence à família real koweitiana. É primo do emir Sabah al-Ahmad al-Jaber al-Sabah.
Opinião da direçãoAfinal, o SNS vale o que pagamosO estudo sobre a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS), realizado pela universidade Nova e que será apresentado hoje na sétima conferência AbbVie/TSF/DN, dá-nos uma imagem bem diferente daquela a que estamos habituados ou a que nos fomos acostumando pela insistência da luta política dos últimos muitos anos - aqui não há inocentes.
Opinião da direçãoDeu empate! E agora?A ideia de que na política, tal como no futebol, o êxito se mede pelas vitórias jogo a jogo levou os "rebeldes" da bancada social-democrata a exigir a Fernando Negrão uma vitória no primeiro round. No fim, o debate morno terminou em empate e a guerra civil ficou adiada. É o pior resultado para o analista que habita o Palácio de Belém. Ou o contrário, tendo em conta que muitas vezes é preciso ter cuidado com o que se deseja.
Opinião da direçãoAdams e TrumpQue Donald Trump se preparou mal para os debates com Hillary Clinton foi evidente para quem os viu na TV em 2016. Não era com argumentos lógicos e factos bem estudados que o magnata a concorrer pelo Partido Republicano tencionava ganhar a Casa Branca. Aliás, nisso a candidata democrata era imbatível, com um percurso académico, profissional e político que fazia dela, como diziam os apoiantes e não só, a pessoa mais bem preparada que alguma vez concorreu à presidência.
Opinião da direçãoLouçã, o Chairman de PortugalA ascensão de Francisco Louçã, proeminente comentador político, ex-líder partidário, a um alto lugar do poder caseiro já merece um ensaio jornalístico. A seu tempo será feito mas, por agora, vale uma análise rápida sobre o que conseguiu o político que abdicou do poder de liderar uma minoria para ter poder sobre a grande maioria de esquerda.