João Pedro Marques
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Uma sátira sobre o tráfico transatlântico de escravos
João Pedro Marques
Não, Portugal não foi a maior potência esclavagista
O historiador Miguel Cardina afirmou, em recente entrevista ao DN, que Portugal foi "a maior potência esclavagista da modernidade" e que isso não tem sido devidamente considerado no país. Devo dizer ao meu colega que está enganado. Eu não sei em que fonte ou fontes Miguel Cardina se apoiou para afirmar o que afirmou. Admito que tenha recorrido ao site The Trans-Atlantic Slave Trade Database. Se foi esse o caso, não terá visto com suficiente rigor. As tabelas do referido site, referem-se exclusivamente ao tráfico transatlântico de escravos, e para além de deixarem de fora, claro está, a parte africana do negócio escravista, reportam os números de Portugal e Brasil, em conjunto. Já chamei a atenção para isso em artigo anterior, que terá passado despercebido a Miguel Cardina.
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Negros e brancos
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Medo

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“O PS cedeu e entregou a praça pública à gritaria da extrema-esquerda”
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O outro diabo e o trabalho
1 - O conflito de baixa intensidade entre o governo, a parte do PS que gostava de que o PS fosse outra coisa, o BE e o PCP sobre legislação do trabalho preencheu a semana política. Ou seja, um assunto que mal se viu, esmagado pela extraordinária importância dos humores de Bruno de Carvalho e as humorísticas disputas eclesiásticas sobre as alcovas dos fiéis.
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Aula prática de escravatura (em árabe)
Aqui há uns anos, oito princesas de uma das mais poderosas famílias dos Emirados Árabes Unidos hospedaram-se num hotel de luxo em Bruxelas. Ocuparam um andar inteiro, pois traziam consigo alguma da sua prole, vários guardas e 23 mulheres, a maioria delas africanas, para as servirem no longo tempo em que ali iriam permanecer. Um dia uma dessas serviçais arranjou forma de contar o seu quotidiano à polícia belga. A subsequente investigação revelou que as ditas 23 mulheres eram obrigadas a trabalhar em condições próximas da escravidão. As princesas árabes tinham-lhes apreendido os passaportes e quase não as remuneravam pelo trabalho, que podia ser exigido a qualquer hora do dia ou da noite; forçavam algumas a dormir no chão, à porta dos seus quartos, para que as atendessem prontamente, enquanto as restantes ficavam ao monte numa única divisão; as 23 mulheres eram por vezes espancadas, comiam apenas o pouco que sobrava das refeições das senhoras e estavam proibidas de abandonar aquele piso do hotel, ou seja, estavam aprisionadas. A justiça belga tardou a julgar o caso mas há dias chegou, por fim, o veredicto: as princesas foram consideradas culpadas de tráfico de seres humanos e de terem sujeitado pessoas a tratamento degradante. O tribunal considerou-as moralmente responsáveis por uma forma de esclavagismo moderno, e condenou cada uma a uma multa pecuniária e a 15 meses de prisão com pena suspensa, para além de indemnizações às vítimas.
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Imagine
João Pedro Marques
Falando de escravatura. Um ponto prévio
João Pedro Marques
Trump e as deportações
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1984 em pezinhos de lã
Consta que após a eleição de Trump houve um aumento exponencial nas vendas de 1984, o livro de George Orwell. Uma vez que Trump faz da verdade mentira e vice-versa, e que a sua conselheira Kellyanne Conway fala em factos alternativos quando os factos documentados não lhe agradam, compreende-se que as pessoas se tenham alarmado e tenham desejado reler 1984. Recorde-se que o herói do livro, Winston Smith, é um funcionário do Ministério da Verdade cuja função é alterar ou suprimir notícias, documentos ou artigos de há décadas, para que o passado se ajuste como uma luva às ideias e interesses do presente. Convém igualmente lembrar que o livro foi publicado pela primeira vez em 1949 e tem sido, desde então, uma espécie de espada sobre a nossa cabeça, uma antevisão do que poderá ser o futuro, se não tivermos os devidos cuidados com as pessoas a quem entregamos o poder.
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Cruzadas e terrorismo islâmico
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A rejeição da democracia
João Pedro Marques
A história interminável da Operação Marquês
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O burquíni mental
No momento em que escrevo são já 16 as cidades e estâncias balneares francesas que decidiram proibir o uso de burquíni nas suas praias. Essa proibição incomodou várias pessoas que deram conta desse seu incómodo em artigos publicados na imprensa nacional e estrangeira.
Opinião
As memórias do Império
A Praça do Império, em Belém, tem 32 brasões feitos em buxo e flores que vêm da época salazarista e que representam Portugal e as suas ex-colónias. Esses brasões já tinham sido tema de debate em 2014 e voltam agora a sê-lo porque a Câmara Municipal de Lisboa quer substituí-los por um outro arranjo vegetal no qual não constam referências às colónias.
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Assunção Cristas e o sacrifício
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A nossa direita auto-revelada
