Ismaelitas

Leonídio Paulo Ferreira

Ismaelitas e Portugal

Poderia falar dos 200 mil euros que a Fundação Aga Khan doou para ajudar o Museu Nacional de Arte Antiga a comprar uma pintura de Domingos Sequeira como um exemplo da fortíssima ligação a Portugal da comunidade ismaelita (Ismaili, preferem os próprios), ou da escolha de Lisboa para a futura sede do Imamat Ismaili, instituição liderada pelo príncipe Aga Khan, descendente do profeta Maomé. Mas talvez lembrar o agrupamento de escoteiros que vi a funcionar numa das minhas visitas ao Centro Ismaili em Lisboa, onde agora foram mortas duas pessoas num ataque à facada, diga mais sobre a abertura à sociedade que caracteriza os ismaelitas, sobre a integração dos perto de dez mil membros desse ramo do Islão que vivem em Portugal, sobre uma comunidade que escolheu ser este o seu país, e que, sendo tão famosa pelo espírito empresarial, como pela filantropia, contribui para a economia com empresas como os hotéis SANA e as lojas Sacoor.