Extinção

António Araújo

Quando os lobos uivam

Como esta semana surgiram notícias sobre lobos da Suécia, lembrei-me de escrever esta semana sobre lobos da Suécia. Dizem aquelas notícias que, por pressão das associações de caçadores, foi autorizado o abate de 75 lobos nas florestas de Gävleborg e Dalarna, onde existe, ao que parece, uma população total de 460 animais, que as associações ecologistas consideram muito escassa e diminuta, sobretudo se confrontada com a congénere lupina transalpina, na casa dos três mil bichos. Os ambientalistas vieram à liça com a Convenção de Berna, argumentando que os lobos, estando situados no topo da cadeia alimentar, são essenciais para a preservação da biodiversidade, pelo que dizimar um quarto da sua população terá consequências graves, catastróficas, para a natureza e para os animais. Obtemperaram o governo e os caçadores que existem lobos em excesso naquelas paragens nórdicas, que a sua presença faz perigar equilíbrios ecossistémicos e que só um abate controlado permitirá restabelecer tais equilíbrios de forma harmoniosa e ambientalmente sã.