Aquecimento global

Jorge Costa Oliveira

Transição energética, tempo perdido e ritmo lento

Desperdiçámos décadas a perceber que o aquecimento global era um problema sério. As alterações que devíamos ter introduzido para travar o aquecimento global foram sendo adiadas. A principal razão radicou na resistência política dos partidos do centro que governaram - e governam - os países ocidentais, os quais dominaram a economia mundial até recente data. O centro político pactuou com as poderosas companhias energéticas de recursos fósseis, que entendiam que o ritmo da transição energética devia ser "natural", i.e., primeiro esgotam-se as fontes de energias atuais - carvão, petróleo, gás natural - e só na fase final das reservas destas se reforça o investimento a sério nas energias renováveis. Quando começou a ficar claro que o aquecimento global implicava alterações climáticas trágicas, a resistência dos partidos do centro levou ao aparecimento de partidos verdes. Quando o crescimento destes ameaçou a hegemonia política dos partidos do centro - tendo mesmo chegado ao poder em vários estados europeus - se passou a encarar de forma séria o aquecimento global e as alterações climáticas dele decorrentes.

Maria da Graça Carvalho

Como conjugar a mobilidade de oito mil milhões com sustentabilidade

Nesta semana irei participar na Transport Research Arena, uma conferência internacional que decorre em Lisboa. É um evento de alto nível, talvez sem a notoriedade mediática de outros, mas que não lhes fica atrás em termos de importância. Em discussão está o futuro dos transportes e da mobilidade para a Europa e o Mundo. Um futuro ao qual está ligado aquele que é um dos temas mais importantes das nossas vidas na atualidade: o combate às alterações climáticas.