Exclusivonuno camarneiroUm artista portuguêsMuito baixo, o rosto avermelhado, sessenta ou sessenta e poucos anos bem servidos. As mangas do casaco cobriam-lhe as mãos e na cabeça trazia um chapéu com uma pala de plástico e um cordãozinho dourado que lhe conferia uma autoridade vaga e ambígua.
ExclusivoA Voz dos AnjosOs meus votos para 2020O ano de 2018 está a dar as últimas e já pouco podemos esperar dele, fez o que pôde, mas não foi muito. O que vem a seguir também não promete grande coisa tendo em conta o que se avizinha - Brexit (ou não Brexit, ou mais ou menos Brexit), eleições várias que se preveem ao mesmo tempo histéricas e aborrecidas e nem um Mundial de futebol ou uns Jogos Olímpicos para alegrar as hostes. Perdido a velas, perdido a remos, prefiro apontar a 2020 e pedir ao futuro o que falta ao presente.
Exclusivonuno camarneiroO eterno retorno do senhor JoséOs olhos brilham e a voz ganha novo alento, o senhor José conta-me da aldeia, da infância difícil mas saudosa, da pobreza, do campo, de andar aos pássaros e levar as vacas ao lameiro, dos lobos que também havia. Deixou Trás-os-Montes e foi para o Porto, depois para Lisboa, onde vive há 35, não, há 37 anos. "Ainda lá volto todos os anos, é a minha terra, o que é que eu hei de fazer?".
Exclusivonuno camarneiroA cidade e os livrosNa semana passada estive no Centro de Artes e Espetáculos da Figueira da Foz para participar num encontro de escritores figueirenses organizado pela Câmara Municipal. Durante duas horas conversei com Afonso Cruz, Gonçalo Cadilhe, Maria Manuel Viana e António Tavares sobre a cidade, os nossos livros e a relação entre eles.
Exclusivonuno camarneiroUma aldeia no centro da cidadeOs vizinhos conhecem-se pelos nomes, cultivam hortas e jardins comunitários, trocam móveis a que já não dão uso, organizam almoços, jogos de futebol e até magustos, como aconteceu no sábado passado. Não estou a descrever uma aldeia do Minho ou da Beira Baixa, tampouco uma comunidade hippie perdida na serra da Lousã, tudo isto acontece em plena Lisboa, numa rua com escadinhas que pertence ao Bairro dos Anjos.
Exclusivonuno camarneiroMeteoropáticosO termo não é usado em Portugal nem se encontra dicionarizado, mas talvez devesse.
OpiniãoDas Redes SociaisTivesse eu outra vida inteira e talvez chegasse a conhecer metade das redes sociais que existem neste mundo que é o bairro. Das cibernéticas não falo porque não vale a pena (elas falam por si mesmas), as outras, que hoje vos trago, são das que se escondem, onde só se entra por convite ou com uma sorte dos diabos.
Exclusivonuno camarneiroA sentença do AbílioHá algum tempo que o apetite não me levava ao Abílio Elegante (snack bar e petiscos regionais) e sabia que à minha espera estava o olhar severo do próprio Abílio, um transmontano que desconfia de Lisboa apesar de três décadas a morar na capital.
nuno camarneiroO planeta contra-atacaNa véspera da sua morte o furacão Leslie decidiu, num capricho de moribundo, devastar a Figueira da Foz, que é o bairro onde mora a minha infância.
Exclusivonuno camarneiroHeterofobia, ou o medo de veadoPode ler-se aqui no DN que nesta semana foram registados mais de 50 casos de agressão cometidos por apoiantes do Bolsonaro, a maioria com motivações homofóbicas.
Exclusivonuno camarneiroO que é que os imigrantes fizeram por nós?O título da crónica é roubado a uma cena do filme A Vida de Brian, dos Monty Python, onde John Cleese pergunta aos seus camaradas revolucionários o que é que os romanos fizeram por eles. A resposta é longa e detalhada: aquedutos, saneamento, estradas, medicina, etc., mas o discurso exaltado de Cleese parece resistir aos factos.
ExclusivoA Voz dos AnjosOs Loucos dos AnjosHá muitos, e "loucos" é palavra antiga, pouco digna e dada a discriminações. Ainda assim é como se vai dizendo, uns são e outros menos, com uns vamos falando e outros enxotamos com um gesto de mão.