Todos os dias 14 mulheres, 2 idosos, 2 crianças e 2 homens são vítimas de crime
APAV apoiou 9.347 vítimas de crimes e outras formas de violência em 2016
Todos os dias, em média, 14 mulheres, três idosos, duas crianças e dois homens são vítimas de crime, segundo dados hoje divulgados pela APAV relativos a 2016, que apontam um aumento de 8,1% no número de atendimentos.
Segundo as Estatísticas da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) -- Relatório Anual 2016, foram apoiadas no ano passado pela associação 5.226 mulheres (em média 100 por semana), 1.009 pessoas idosas (19 por semana), 826 crianças e jovens (16 por semana) e 826 homens (16 por semana), segundo as Estatísticas da APAV -- Relatório Anual 2016.
Em 2016, a APAV realizou 35.411 atendimentos, um número que aumentou 8,1% nos últimos três anos (32.770 em 2014 e 34.327 em 2015).
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Destes atendimentos resultaram 12.450 processos de apoio à vítima, nos quais se identificaram 9.347 vítimas diretas de 21.315 crimes e outras formas de violência.
Dos 12.450 utentes assinalados pela APAV em 2016, 9.347 foram vítimas de crime, das quais 7.654 eram mulheres (81,9%), com idades compreendidas entre os 25 e os 54 anos (40,6%) e viviam numa família nuclear com filhos (35%).
Das vítimas que indicaram o seu estado civil, 28,6% eram casadas e 21,1% eram solteiras. Os dados apontam que mais de um terço pertencia a uma família nuclear com filhos e 11,5% a famílias monoparentais.
Apesar de cerca de 30% das vítimas estarem empregadas, há "um número ainda significativo" que se encontrava numa situação de desemprego (16%), sublinha o relatório, acrescentando que 92% das vítimas eram portuguesas, sendo que a maioria residia nos distritos de Lisboa, Porto, Faro e Setúbal (52,3%).
No que diz respeito à relação da vítima com o/a autor/a do crime, continuam a prevalecer as relações de cônjuge, companheiro, ex-cônjuge, ex-companheiro, ex-namorado e namorado/a, totalizando 59% do total dos casos.
Relativamente à escolaridade, o ensino superior evidenciava-se (7,4%) face aos restantes graus de ensino conhecidos.
Cerca de 80% dos 9.625 autores de crime registados pela APAV em 2016, eram homens, com idades entre os 35 e os 54 anos (23,1%).
Dos níveis de escolaridade referenciados, destacam-se o ensino superior, o ensino secundário e o ensino básico de 3º ciclo, perfazendo um total de 16,7%.
Tal como no caso das vítimas, também o autor do crime se encontrava maioritariamente no estado civil de casado (29,6%), seguindo-se os solteiros (11,3%). Em mais de 30% das situações, estes encontravam-se empregados.
O tipo de vitimação continuada (76%), com uma duração entre dois e seis anos (15,6%), prevaleceu no ano de 2016.
Em mais de 50% das situações, o crime ocorreu na residência comum da vítima e do autor do crime, seguindo-se a residência da vítima (16,7%).
Das situações que chegaram à APAV em 2016, 41% foram alvo de queixa numa entidade policial.
Relativamente aos crimes e outras formas de violência registados, destacam-se os crimes contra as pessoas, que representam 93,3% do total. Destes, o destaque vai para os crimes de maus-tratos físicos e psíquicos (77%).
O relatório destaca ainda outras formas de violência, com o crime de 'stalking' (assédio persistente), com 411 registos (1,9%), e o 'bullying' (109).
Quanto aos crimes contra o património, o crime de dano foi com que mais se evidenciou, com 173 casos (0,8%), adianta o relatório
Os órgãos de polícia criminal (GNR, PJ e PSP) no seu conjunto foram as entidades que mais cooperaram com a APAV, perfazendo um total de 31,5%.
APAV apoiou 329 vítimas de crimes sexuais e 520 de 'stalking' e 'bullying' em 2016
Mais de 300 vítimas de crimes sexuais e 520 vítimas de 'stalking' e de 'bullying' pediram ajuda à Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) em 2016, revela o relatório anual da associação hoje divulgado.
Em 2016, a APAV apoiou 329 vítimas de crimes sexuais, mais 74 face ao ano passado, a maioria das quais (82,4%) do sexo feminino, com uma média de idade de 21,9 anos, adiantam as Estatísticas APAV -- Relatório Anual 2016.
Do total das vítimas que pediram ajuda, 42,6% eram crianças e jovens e 42% adultos, adiantam os dados, informando ainda que 46,5% eram estudantes.
Das vítimas que indicaram o seu estado civil, 6,4% eram solteiras e 0,9% casadas.
Relativamente ao grau de escolaridade, 9,7% frequentavam o 3.º ciclo, 9,1% o pré-escolar e 8,8%, o 2.º ciclo.
Analisando os casos em que foi possível verificar a relação entre o autor do crime e a vítima, a associação apurou que em 9,7% das situações o agressor era conhecido/a e em 9,1% era o pai ou mãe.
A APAV recebeu também, no ano passado, 411 pedidos de apoio de vítimas de 'stalking' (assédio persistente), menos 16 face ao ano anterior, a grande maioria (90%) do sexo feminino, 69% adultos/as, com uma média de idade de 41,6 anos.
Segundo os dados, 26,5% das vítimas eram solteiras, 19,2% divorciadas e 17% casadas. Cerca de 23% viviam numa família nuclear com filhos e 17% pertenciam a uma família monoparental.
Em 22,9% dos casos foi possível apurar que o agressor era ex-companheiro da vítima e em 19,7% ex-namorado/a.
O relatório refere ainda que 14,6% das vítimas tinham o ensino superior, 7,5% o ensino secundário e 55,7% era empregada.
Aos serviços da APAV chegaram ainda 109 vítimas 'bullying', menos cinco do que em 2015, a maior parte 61,5% %) raparigas, com uma média de idade de 15,2 anos.
Os dados acrescentam que 58,7% das vítimas são crianças e jovens e 15,6% adultos. Quanto ao estado civil, 73,4% eram solteiras e 42,2% viviam numa família nuclear com filhos.
A maioria (68,8%) é estudante, sendo que 16,5% das vítimas encontrava-se a estudar no primeiro ciclo, 14,7% no segundo ciclo e 14,7% no terceiro ciclo.
Na maior parte dos casos (61,5%), o agressor era colega da escola.
A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima registou ainda 65 casos de vítimas de relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo, das quais 43 eram mulheres, com uma média de idade de 43,6 anos.
Em 2016, a APAV realizou 35.411 atendimentos, um número que aumentou 8,1% nos últimos três anos (32.770 em 2014 e 34.327 em 2015).
Destes atendimentos resultaram 12.450 processos de apoio à vítima, nos quais se identificaram 9.347 vítimas diretas de 21.315 crimes e outras formas de violência.