SNS. Listas de espera maiores porque procura cresceu mais de 20%
Fernando Araújo destacou o esforço dos profissionais de saúde, "que permitiu aumentar a produção", mas reconhece que há mais a fazer: "temos de avançar de forma profunda na autonomia das decisões, com responsabilidade e prestação de contas".
O diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS) revelou, esta quarta-feira, que as listas de espera têm aumentando no serviço público porque a procura cresceu mais de 20%, enquanto a produção subiu entre 8% e 10%.
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"A procura tem aumentado de forma extremamente expressiva", disse Fernando Araújo, que falava na Comissão Parlamentar da Saúde desta quarta-feira, onde está a ser ouvido, a pedido do PCP e do Chega, sobre a falta de profissionais, o programa do Governo para assegurar a dotação de serviços, a valorização de profissionais e sobre o funcionamento da própria Direção Executiva do SNS.
O responsável sublinhou o esforço dos profissionais de saúde, dizendo que estes "têm feito um esforço enorme que permitiu aumentar a produção", exemplificando com dados referentes a janeiro deste ano e que indicam que aumentaram em 8% as consultas médicas hospitalares e em 15% as cirurgias, quando comparadas com os valores de janeiro do ano passado.
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Segundo Fernando Araújo, em janeiro foram realizadas 1.226.000 consultas hospitalares e 71.682 cirurgias, um "recorde de sempre" na produção.
Reconhecendo que "não é suficiente", o responsável acrescentou: "Significa que temos de avançar de forma profunda na autonomia das decisões, com responsabilidade e prestação de contas".
Administrações Regionais de Saúde deverão ser extintas até final do ano
Fernando Araújo admitiu que as Administrações Regionais de Saúde (ARS) deverão ser extintas até final do ano, num processo que espera que decorra "com tranquilidade".
À medida que as suas funções operacionais forem transferidas para as Unidades Locais de Saúde (ULS) e as funções de planeamento e organização passem para a Direção Executiva, as ARS "tenderão realmente a ser extintas, com tranquilidade e organização, sem vazios", disse o diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde.
Fernando Araújo disse que o objetivo é "retirar níveis administrativos ao sistema", assumindo que serão necessárias alterações legislativas ao nível dos diplomas das várias instituições, mas garantiu que os profissionais que trabalham nas ARS serão mantidos.
"Serão integrados naturalmente numa instituição ou noutra e tenderão até a ser valorizados do ponto de vista das funções", afirmou.
Questionado pelo grupo parlamentar do PSD sobre a calendarização deste processo, disse esperar que ocorra durante este ano, para que 2024 o trabalho decorra já "de forma diferente".