"Serão os opinion makers do futuro"

Para o especialista em comunicação digital os youtubers vão ter um importante papel junto das gerações mais novas

Como avalia este fenómeno dos youtubers?

A nova geração é muito diferente da nossa. Os interesses são outros. Falam a mesma linguagem, passam as suas mensagens, os seus próprios valores.

É uma moda ou acha que a tendência veio para ficar?

Veio para ficar. Se eles quiserem continuarão a ter seguidores e serão a alternativa natural aos atuais media. No fundo, eles serão os opinion makers do futuro. Os conteúdos que produzem, as mensagens que eles passam não encontram na TV e jornais.

Não se terá criado, porém, uma certa ideia de facilitismo nesta tendência?

Essa é a visão dos tipos com 40 e tal anos como nós [risos]. O YouTube não é para todos. Eles têm de ser muito profissionais e genuínos. Só os que se dedicam mais, só os que sabem realmente onde está o seu público, é que podem triunfar.

Como é que as outras redes sociais podem reagir a esta capitalização do YouTube?

É fatal que isso aconteça. O You- Tube tem uma enorme vantagem: paga por share de visualizações. Estamos perante um facto novo que é, de repente, jovens de 18 ou 20 anos ganharem três a quatro mil euros por mês só em visualizações. Creio que o Facebook vai ter de ir pelo mesmo caminho, pelo retorno a dar aos conteúdos. Isso acontecerá quando eles denotarem um real declínio de tráfego.

A compra do Instagram pelo Facebook não foi já um sinal?

Foi, claro. E repare como o Facebook comprou o Instagram e as recentes alterações estão a dar ao Instagram as faculdades do Snapchat. Portanto, o Facebook percebe que tem de estar onde estão os novos públicos e as novas formas de comunicar.

E que novas formas são essas?

Os miúdos comunicam quase sem texto. Eles não têm a mesma paciência para texto do que nós. Isso é um bocadinho preocupante porque revela uma ausência de consistência. Um título não é a notícia toda.

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