Prisão preventiva para dois dos quatro portugueses suspeitos de violação

Decretada a medida de coação mais gravosa para dois dos quatro portugueses que foram detidos em Espanha. A decisão vai ao encontro do que tinha sido pedido o Ministério Público. São suspeitos de violação de duas jovens em Gijón.

Foi decretada a prisão preventiva, sem direito a fiança, a dois dos quatro portugueses que foram detidos por suspeita de violação a duas jovens em Gijón, Espanha. A decisão vai ao encontro do pedido do Ministério Público. Para os outros dois portugueses "foi emitida uma ordem de libertação provisória".

Os dois portugueses, a quem foi decretada a medida de coação mais gravosa, deverão ficar no centro penitenciário das Astúrias, que fica a cerca de 30 quilómetros de Gijón.

Os quatro jovens portugueses foram detidos no sábado, dia 24, por suspeita de violação múltipla e abusos sexuais a duas mulheres de 22 e 23 anos - uma de Gijón e outra da cidade de Bergara, no País Basco - numa pensão em Gijón, testemunharam este domingo perante a juíza María Luz Rodríguez Pérez e um procurador.

Esta segunda-feira, os quatro suspeitos voltaram a ser ouvidos, tendo ficado a conhecer as medidas de coação.

Fonte do Tribunal Superior de Justiça das Astúrias disse à Lusa que o juiz emitiu duas ordens de "prisão provisória, comunicadas e sem fiança para dois dos detidos".

Para os outros dois portugueses, "foi emitida uma ordem de libertação provisória" com uma medida cautelar que restringe e proíbe qualquer comunicação com as duas mulheres que apresentaram queixa.

Segundo a mesma fonte, o processo foi aberto por alegadas "agressões e abusos sexuais", sem prejuízo da possibilidade de estas acusações "poderem ser alteradas durante o decurso da investigação".

Os dois portugueses que ficaram em "prisão provisória" e que estão a ser investigados como autores principais da alegada agressão sexual vão ser transferidas ainda esta segunda-feira para o Centro Penitenciário das Astúrias.

O tribunal de instrução número cinco de Gijón acabou por concordar com a solicitação do Ministério Público que esta tarde tinha pedido a prisão de dois dos detidos e a libertação dos outros dois.

A prisão provisória foi solicitada devido à natureza e gravidade dos crimes que lhes são atribuídos: uma agressão sexual com penetração. E, considerando que existe o risco de fuga, o procurador pediu a prisão para os dois presumíveis autores materiais dos atos violentos.

Segundo o jornal El Comercio, o Ministério Público acusa estes dois jovens do crime de agressão sexual com penetração, sendo que as duas mulheres os acusam de atos violentos.

Os outros dois portugueses que ficam em liberdade, ainda que "provisória", têm a obrigatoriedade de se manterem afastados e de não contactarem com as alegadas vítimas, estando sujeitos ao termo de identidade e residência. Semanalmente terão de se apresentar numa esquadra na região onde moram, que é em Braga, detalha a RTP3 em Espanha.

No domingo, os suspeitos, com idades entre os 20 e os 30 anos de idade, declararam-se inocentes e negaram os atos pelos quais foram acusados, assegurando que as relações com as jovens espanholas foram consentidas e que não usaram de força ou violência contra as vítimas.

Segundo o advogado dos portugueses, não existem lesões nas raparigas que comprovem a existência de violação. E por isso, avança German-Rámon Inclán Méndez, as raparigas não estão a dizer a verdade e o sexo foi consentido. O causídico diz mesmo ter provas da inocência dos seus clientes.

Aos jornalistas, o advogado afirmou que os portugueses "sentem-se maltratados por uma situação de que não se sentem culpados de todo".

German-Rámon Inclán Méndez confirmou que os jovens são de Braga e que não têm antecedentes criminais.

As mulheres que apresentaram queixa contra os portugueses foram submetidas a exame médico

De referir que as duas mulheres denunciaram a agressão sexual na esquadra policial às 06:30 de sábado, explicando que tinham conhecido um homem num bar e que viajaram com ele para a pensão onde este estava hospedado, para um encontro sexual.

Segundo o relato das vítimas, no caminho para a pensão juntou-se um outro homem e, ao chegarem à sala, encontraram dois outros portugueses que as obrigaram a manter relações sexuais com todos eles.

Posteriormente, as jovens foram transferidas para o hospital de Gijon para serem submetidas a um exame médico.

Várias organizações convocaram para segunda-feira uma manifestação de protesto e indignação, em frente à Câmara Municipal de Gijón.

Com Lusa

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