Centenas de professores lançaram este sábado aviões de papel no Aeroporto Sá Carneiro (Porto) e no Aeroporto Humberto Delgado (Lisboa) e distribuíram postais de boas-vindas aos turistas para anunciarem que Portugal é um País lindo para visitar, mas maltrata os docentes.."Portugal lovely place to visit, terrible place to live" (Portugal, um país lindo, terrível para viver), "SOS Portuguese schools in danger" (SOS Escolas portuguesas estão em perigo), "Welcome to the country where teachers are becoming slaves"(Bem-vindo ao nosso país, onde os professores estão a tornar-se escravos), foram algumas das frases escritas nos cartazes exibidos no Porto e que juntou cerca de 30 professores..O baixo número de docentes envolvidos na manifestação na Invicta deveu-se... a um novo protesto, previsto para domingo, no Jardim do Palácio de Cristal, no Porto, onde o PS vai estar a celebrar o 50.º aniversário..Em Lisboa foram centenas os docentes que se juntaram na Rotunda do Relógio e caminharam uns 500 metros, de mala de cartão na mão, para invadir pacificamente a zona das chegadas do aeroporto da capital e dizer aos turistas que Portugal não é um paraíso, nem valoriza a escola pública..Pelo meio também atrasaram muitos dos que queriam partir e que tiveram de caminhar com malas devido ao trânsito cortado. "Costa, escuta, a escola está em luta", foi uma das frases que mais ecoaram entre a multidão, que acusou o ministro da Educação, João Costa, de andar "a brincar às reuniões"..A iniciativa Assalto aos Aeroportos foi promovida pelo grupo independente Missão Escola Pública, um grupo de professores da Grande Lisboa sem ligação aos sindicatos. Esta foi a segunda iniciativa que desenvolveram, depois de em março terem organizado marchas lentas em algumas pontes do país..As negociações entre os sindicatos e o ministério da Educação, liderado por João Costa duram há meses. A última foi na passada quinta-feira e como não houve acordo seguem-se mais formas de protesto, marcadas pela plataforma sindical que junta nove sindicatos e pelo S.T.O.P. (agrega todos os profissionais da educação)..A plataforma de nove organizações sindicais (entre as quais a Fenprof e a FNE) iniciou na segunda-feira passada uma nova greve por distritos, que começou no Porto e vai terminar a 12 de maio em Lisboa. Já o S.T.O.P inicia também na próxima segunda-feira (24) mais uma greve, que se prolonga até dia 28..Há ainda uma greve nacional já prevista para 6 de junho, em alusão aos seis anos, seis meses e 23 dias de tempo de serviço não contabilizado que os professores querem recuperar para as respetivas carreiras.